Na sexta-feira, 8, chegou ao fim a terceira temporada de The Boys, aclamada série da Amazon Prime Video sobre heróis que estão espalhados pelo mundo e cometendo erros extremamente humanos. Se você acompanha a produção, mas ainda não viu a última parte da história, este texto tem spoiler.

Um segredo foi revelado no sétimo episódio, o que criou mais tensão no confronto anunciado entre Capitão Pátria (Antony Starr) e Soldier Boy (Jensen Ackles). O enredo digno de Star Wars quase chega a acontecer, se não fosse uma mudança de ação no meio da luta final. Enquanto Os Garotos enfrentam juntos o antigo herói, Capitão Pátria e Rainha Maeve brigam em outro canto. É tudo ou nada.

A temporada mostra a loucura de Capitão Pátria aumentando; Bruto e Hughie usando o composto V, que dá poderes temporários a quem não é Super; Ryan, filho do líder d’Os Sete, sendo mantido afastado do pai, enquanto ele se esforça na sua luta por mais poder, usando armas como fake news, discursos emocionados para os fãs e promessa de proteção para o povo americano, tudo com apoio de quem, assim como ele, teme morrer ou perder influência.

É bom dizer que o final da temporada não deixa a desejar em nada ao que foi mostrado nos primeiros capítulos da história – e até mesmo das temporadas anteriores. Lutas sangrentas e coisas quebradas no entorno, mais mortes, inclusive de um personagem importante, sangue, vísceras à mostra e menos desfaçatez de alguns personagens.

As semelhanças entre os heróis da série e os que se dizem no mundo real, dispostos a salvar nações inteiras, abusando de manipulações, ficam cada vez mais bem desenhadas.

ENCONTRO

A Amazon reuniu em um evento aqui em São Paulo os atores Antony Starr, Jensen Ackles, Claudia Doumit, (Victoria Neuman), Karen Fukuhara (Kimiko), Karl Urban (Bruto), Nathan Mitchell (Black Noir), Jack Quaid (Hughie), além de Eric Kripke, criador da série. O elenco falou sobre a receptividade dos fãs brasileiros, responsáveis pela maior audiência da série no mundo, depois dos Estados Unidos, segundo João Mesquita, diretor de marketing da empresa. “Estou muito feliz de estar aqui com tanto amor no Brasil”, disse Kripke.

Além de receber carinho e fazer selfies com fãs, eles experimentaram nossa comida. Em sua conta no Instagram, Starr lembrou ter estado aqui antes da pandemia. “Feliz de estar de volta. Ah, e o Timothy brasileiro estava delicioso”, elogiou, lembrando a cena em que Capitão Pátria obriga Profundo a comer um polvo.

HERÓIS HUMANOS

A terceira temporada continua mostrando a controvérsia entre ser um super-herói com fraquezas humanas: inveja, insegurança, megalomania. “O Capitão Pátria é o homem mais forte do mundo, mas, ao mesmo tempo, uma pessoa muito fraca e infantil”, comenta Starr.

A série une também questões sérias como racismo e avanço do pensamento de extrema direita, inseridos no contexto da fábula dos heróis. E faz isso com pessoas explodindo e muito sangue, como se Tarantino dirigisse um filme da Marvel. “O super-herói é uma metáfora para muita coisa, na política, nas redes sociais, e o conceito da série traz esse equilíbrio entre o sério e o absurdo”, conta Kripke.

Um dos aspectos que chamam a atenção é a “falta de amarras”, com destaque para o episódio Supersuruba. Kripke comemora: “Gosto muito de ter trabalhado na TV, mas é bom poder falar bastante palavrão. The Boys reflete muito do meu senso de humor, e ter essa experiência compartilhada na TV é uma coisa rara”, diz. “Onde mais eu conseguiria fazer uma piada com um pênis de 3,5 metros?”, brinca.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.