ROMA, 29 SET (ANSA) – Por Gioia Giudici – O desfile organizado para o 50º aniversário da Maison já teria sido memorável de qualquer maneira, mas após a morte do estilista italiano Giorgio Armani, tornou-se uma oportunidade de homenagear o fundador da grife, que ninguém queria perder.
Então, algumas das principais estrelas de Hollywood e personalidades italianas, incluindo muitos que vestiram suas roupas icônicas, compareceram no domingo (28) à Galeria de Arte de Brera, em Milão, para prestigiar a última coleção desenhada e com curadoria pessoal do “Rei Giorgio”.
Desde Laura, filha do presidente italiano, Sergio Mattarella, até a sobrevivente do Holocausto e ativista Liliana Segre, além dos atores Cate Blanchett, Richard Gere, Spike Lee e Samuel L.
Jackson estavam presentes na grande noite.
A ideia era ser um evento especial, celebrado em um lugar especial como Brera, no coração do bairro onde o estilista morava e trabalhava, com um desfile com mais de 120 looks masculinos e femininos, usados por modelos lendários da Maison, como Nadège Dubospertus, Daniela Pe?tová e Mark Vanderloo.
E se tornou ainda mais especial com o acompanhamento de piano executado ao vivo por Ludovico Einaudi, em meio às lanternas que iluminavam o pátio do edifício histórico.
Um silêncio respeitoso saudou os convidados, que ao final do desfile, quando a histórica modelo Agnese surgiu sozinha em um vestido de noite para desfilar na passarela final, celebraram com uma salva de palmas prolongada. Ao todo, os 700 convidados ficaram de pé em memória de Armani.
Saudando o público ao final do desfile estavam o braço direito de longa data de Armani, Leo Dell’Orco, e a sobrinha do falecido estilista, Silvana Armani, responsável pelas linhas masculina e feminina da maison, que saíram de mãos dadas.
No centro da apresentação para o próximo verão, que contou com outros convidados famosos, incluindo as atrizes Glenn Close e Lauren Hutton, co-estrela de Gigolô Americano, ambas de smoking, Anna Ferzetti e Margherita Buy, e os diretores Lee e Giuseppe Tornatore, estava uma coleção que conectava remotamente dois lugares importantes no mundo de Giorgio Armani: Milão, a cidade do trabalho, e Pantelleria, a ilha na Sicília que o estilista havia escolhido como seu retiro.
O desfile representou um testemunho de estilo e o encerramento de um ciclo, onde tudo parecia fluído, leve, projetado para seduzir com energia, seguindo a ideia de Armani de “pureza” como harmonia entre o vestido e a pessoa.
Os tecidos se moviam como se seguissem o vento da ilha, as linhas eram alongadas, tanto nos ternos quanto nos vestidos delicados e sublimes. As cores contavam histórias de luz, terra e mar, de tons neutros orgânicos a azuis meia-noite e notas preciosas e vibrantes.
As palavras de Liliana Segre, de 95 anos, expressaram o sentimento coletivo: “Com Armani, havia respeito mútuo porque ele havia se entregado totalmente”. Já Spike Lee se lembrou do compromisso “humanitário” de Armani e o chamou de “um cara legal”. No geral, foi uma sinfonia de beleza que levou os presentes às lágrimas. (ANSA).