A Uefa autorizou nesta quarta-feira testes durante um ano com arquibancadas com lugares em pé nos estádios em jogos das competições europeias em França, Alemanha e Inglaterra, uma medida reclamada há muito tempo por grupos de torcedores.

Os setores para assistir aos jogos de pé foram progressivamente desaparecendo dos estádios na Europa após tragédias como as de Hillsborough em 1986 (97 mortos) e Furiani em 1992 (19 mortos), mas foram retornando “em algumas competições nacionais”, disse a Uefa em comunicado.

Torcedores e clubes afetados, começando pelo Borussia Dortmund e sua lendária ‘Muralha Amarela’ de 24 mil pessoas, pediam à Uefa que permitisse “estender este conceito aos jogos europeus”, acrescentou a entidade.

O Comitê Executivo da Uefa decidiu na quarta-feira um “programa de observação dos lugares em pé nos estádios durante a temporada 2022/2023”, limitado a três países que já autorizam tais dispositivos, à espera de uma eventual extensão.

“O objetivo é avaliar se e em quais condições as arquibancadas com lugares em pé podem ser reintroduzidas nas competições da Uefa com total segurança”, continua a nota.

No final de 2011, foi encomendado um estudo que revelou “enfoques muito diferentes” entre países e, por vezes, entre “regiões e cidades dentro de um mesmo país”.

“É uma vitória histórica para o movimento de torcedores europeus. Comemoramos a evolução da Uefa para uma política de segurança baseada nos fatos, levando em conta as necessidades e expectativas dos torcedores ativos”, comentou Gregor Weinreich, membro do Conselho de Administração da associação Football Supporters Europe (FSE) e coordenador da campanha “Europe Wants To Stand” (a Europa quer ficar de pé), lançada em 2019.

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