A Comissão de Apelação da Uefa decidiu nesta quarta-feira suspender “até segunda ordem” o processo disciplinar contra o Real Madrid, Barcelona e Juventus, três últimos clubes fundadores da Superliga Europeia que se recusam a abandonar a ideia do torneio independente.

A entidade que comanda o futebol na Europa “abriu um processo disciplinar” em 25 de maio, ameaçando sancionar os três clubes por uma “potencial violação do quadro jurídico da Uefa”, enquanto os outros nove times que participaram da criação da Superliga, que abandoram a iniciativa, escaparam desse processo em troca de leves penalidades financeiras.

Na segunda-feira, a Uefa foi notificada de uma medida tomada no final de abril por um tribunal de Madri, que proibia a Uefa e a Fifa de agir contra este projeto, criado para rivalizar com a Liga dos Campeões, enquanto não fosse analisado juridicamente.

A Uefa, com sede em Nyon (Suíça), interrompe assim a sua ação disciplinar, enquanto aguarda o desenvolvimento judicial, o que se tornou ainda mais complicado, uma vez que o tribunal de Madri levou a questão ao Tribunal de Justiça Europeu (CJUE).

“Após a abertura de um processo disciplinar contra Barcelona, Juventus e Real Madrid por uma potencial violação do quadro jurídico da Uefa em relação à chamada Superliga, a Comissão de Recurso da Uefa decidiu suspender o processo até novo aviso”, informou o organismo europeu.

A questão é crucial para o futuro da administração do esporte na Europa e pode ser usada para definir se a Uefa abusa de uma posição dominante, contrariando as atuais regras de competição, nas suas ações para proteger as suas competições atuais.

A instância presidida pelo esloveno Aleksander Ceferin ameaçou o Real Madrid, o Barça e a Juventus com sanções significativas, que poderiam mesmo levar à exclusão dos clubes das competições europeias.

cfe-jed/gh-dr/lca