A Uefa e a Conmebol anunciaram nesta quarta-feira a assinatura de um protocolo de acordo estabelecendo a cooperação das duas entidades do futebol da Europa e da América do Sul, em diferentes aspectos, desde a arbitragem até a formação de treinadores.

“A Uefa e a Conmebol têm uma longa história e tradição juntas, especialmente através de competições épicas e emocionantes, como o Troféu Artemio Franchi e a Copa Intercontinental. O acordo de hoje representa um primeiro passo para permitir que a Uefa e a Conmebol cooperem estreitamente para que possamos compartilhar a experiência e o conhecimento para o desenvolvimento do jogo nos dois continentes”, disse o presidente da Uefa, Aleksander Ceferin, citado no comunicado.

O acordo prevê especialmente a organização de partidas internacionais, assim como a criação de projetos conjuntos em áreas como segurança, marketing e ética.

A UEFA e a Conmebol estabeleceram “um programa de intercâmbio de árbitros que permitirá que os juízes de ambas as organizações sejam nomeados para supervisionar partidas internacionais no outro continente, a fim de proporcionar mais experiência aos árbitros”. Isso pode resultar na presença de uma equipe de árbitros sul-americanos liderando a fase de grupos da Euro-2020 (12 de junho a 12 de julho) e europeus apitando na Copa América nas mesmas datas.

Também poderia haver essa troca entre a Liga dos Campeões e a Copa Libertadores.

Outro âmbito de trabalho reside no reconhecimento mútuo dos títulos de treinador, de acordo com o comunicado.

Essa aproximação entre as duas instâncias ocorre em um contexto de debate diante dos problemas do calendário que levariam à futura Copa do Mundo de Clubes com 24 equipes, o que ainda está longe de gerar unanimidade.

A primeira Copa do Mundo de Clubes com o novo formato, agendada para junho de 2021 na China e promovida pelo presidente da Fifa, Gianni Infantino, foi aprovada pelo Conselho da Fifa em março passado em Miami. Mas sem os votos da Uefa, que anunciou a falta de transparência de Infantino e a competição que criaria para a Liga dos Campeões.

Segundo fontes concordantes, Aleksander Ceferin teria encontrado um aliado no presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, que não teria aplaudido que Infantino iria negociar diretamente com os clubes sul-americanos sua participação na Copa do Mundo de Clubes.

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