23/04/2020 - 16:40
ROMA, 23 ABR (ANSA) – O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, anunciou nesta quinta-feira (23) que a Comissão Europeia foi encarregada pelos chefes de Estado e governo do bloco a apresentar um plano de recuperação até 6 de maio para conter a recessão projetada devido à crise do novo coronavírus. “A Comissão trabalhará atualmente para apresentar já em 6 de maio um fundo de recuperação que deve ser de tamanho adequado e, acima de tudo, deve permitir que os países mais afetados protejam seu tecido socioeconômico”, escreveu Conte no Facebook, após a reunião. Segundo o premier italiano, “os 27 países reconhecem a necessidade de introduzir uma ferramenta inovadora, a ser lançada com urgência, para garantir uma recuperação europeia que não deixa ninguém para trás”.
“A Itália está na primeira fila solicitando o fundo de recuperação. Esse instrumento era impensável até agora e tornará a resposta europeia mais sólida e coordenada”, acrescentou.
Conte explicou que “a urgência” do plano recebeu “ok” e classificou o momento como “um passo importante na história da Europa. Além disso, ressaltou que o plano é uma importante inovação que intervém na gestão europeia das emergências sociais, econômicas e de saúde decorrentes da Covid-19. “Seria um fundo para a recuperação de valores mobiliários europeus comuns que financiaria todos os países mais afetados, incluindo a Itália, mas não apenas a Itália”.
Após classificar os impactos da doença como “sem precedentes”, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, por sua vez, afirmou que 1 trilhão de euros deve ser mobilizado para a retomada da economia no continente. Ela ainda explicou que será proposto um aumento no orçamento da UE.
Segundo Leyen, o fundo será distribuído em quatro pilares: transformação digital e ambiental, apoio aos membros do bloco, aumento das ferramentas em resposta à crise e crescimento do apoio financeiro ao investimento. Para ela, no entanto, ainda é preciso achar um equilíbrio entre empréstimos e subsídios. O projeto foi aprovado pelos líderes do Conselho Europeu, porém ainda deve voltar a ser debatido nos próximos dias.
“Hoje todos concordamos em trabalhar em um fundo de recuperação específico dedicado à crise da covid-19, necessário e urgente, grande o suficiente para lidar com a extensão da crise e direcionado aos setores e partes geográficas mais afetados da Europa”, concluiu o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel. (ANSA)