A União Europeia (UE) dispõe de informações “confiáveis” de que mais de 1.000 mortes ocorreram em pouco mais de dois dias em Darfur, no oeste do Sudão, no que parece ser uma campanha de “limpeza étnica”.

“As últimas atrocidades parecem fazer parte de uma campanha mais ampla de limpeza étnica realizada pelas Forças de Apoio Rápido [paramilitares], com o objetivo de erradicar a tribo não-árabe Masalit de Darfur Ocidental”, afirmou o alto representante de política externa da UE, Josep Borrell, em um comunicado divulgado neste domingo (12).

Borrell disse, ainda, que os ataques ocorreram “após uma onda inicial de violência em grande escala” em junho.

“Testemunhas confiáveis relatam que mais de 1.000 membros da tribo Masalit foram abatidos em Ardamata, Darfur Ocidental, em pouco mais de dois dias, em ataques em grande escala lançados pelas Forças de Apoio Rápido e por suas milícias afiliadas”, detalha a nota da UE.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) informou, recentemente, que “mais de 800 pessoas” foram “mortas por grupos armados em Ardamata”.

A UE está “trabalhando com o Tribunal Penal Internacional para estabelecer e documentar as violações dos direitos humanos, a fim de garantir que os autores prestem contas”, acrescenta o comunicado.

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