A Comissão Europeia revelou nesta quarta-feira seu plano para impulsionar a produção de hidrogênio limpo na União Europeia (UE), com o objetivo de descarbonizar os setores mais poluentes e alcançar a neutralidade do carbono até 2050.

Bruxelas definiu essa transformação como uma de suas prioridades de investimento em seu plano de recuperação, atualmente em negociação, juntamente com a implantação das redes 5G, fontes renováveis, baterias ou inteligência artificial.

“Quando 75% das emissões de gases de efeito estufa da UE vêm da [produção de] energia, devemos mudar nosso paradigma para atingir nossos objetivos de 2030 e 2050”, defendeu a comissária europeia da Energia, Kadrid Simson, em comunicado.

O sistema energético da UE deve “ser mais integrado, mais flexível e acomodar soluções mais limpas e com melhor custo-benefício”, acrescentou Simson, para quem o hidrogênio será “chave” para uma economia “neutra em termos de climáticos”.

Segundo a Comissão, o hidrogênio “limpo” deve ajudar setores com dificuldades em reduzir suas emissões de gases de efeito estufa, como na produção de aço ou no transporte marítimo, aéreo e rodoviário.

Mas Bruxelas defende um “período de transição” nos primeiros anos para garantir uma produção estável e preços competitivos, durante o qual as emissões poluentes serão compensadas por técnicas de captura de carbono.

O Executivo europeu planeja, portanto, priorizar o hidrogênio “renovável”, isto é, produzido por eletrólise da água com eletricidade a partir de energia renovável.

“As emissões de gases de efeito estufa do ciclo completo de produção de hidrogênio estão se aproximando de zero”, tornando-a a opção “mais compatível com o objetivo de neutralidade climática”, explica a Comissão.

A atual produção e consumo de hidrogênio na UE é de 9,8 milhões de toneladas, geralmente procedente de combustíveis fósseis. Isso representa uma pequena parte do consumo de energia no bloco, mas Bruxelas quer aumentar para 14% em 2050.