UE rebate críticas de Trump e diz que bloco ‘decide por si’

BRUXELAS, 6 DEZ (ANSA) – A União Europeia respondeu neste sábado (6) à nova Estratégia de Segurança Nacional dos Estados Unidos, reforçando que “sobre nossas regras, somos nós que decidimos”, garantindo, ao mesmo tempo, que Washington continua a ser seu “maior aliado”.   

“Quando se trata de decisões que afetam a UE, estas são tomadas pela UE e para a UE, incluindo as que afetam a nossa autonomia regulamentar, a proteção da liberdade de expressão e a ordem internacional baseada em regras”, declarou um porta-voz do bloco comandado por Ursula von der Leyen.   

Por sua vez, a alta representante da UE para a Política Externa, Kaja Kallas, exaltou que Washington continua a ser o “maior aliado da Europa”.   

“Nem sempre concordamos em todos os assuntos, mas o princípio geral permanece o mesmo: somos os maiores aliados e devemos permanecer unidos”, afirmou Kallas, ao comentar sobre a nova Estratégia de Segurança Nacional do governo de Donald Trump, publicada na sexta-feira (5), a qual lançou críticas à Europa, classificando-a como “excessivamente regulamentada, carente de autoconfiança e enfrentando apagamento civilizacional” devido à onda de imigração.   

O documento americano visa delinear as prioridades da política externa e de segurança interna dos EUA, de modo a reafirmar seu domínio no Hemisfério Ocidental e na América Latina, estratégia definida pela Casa Branca como um “corolário de Trump” para reviver a Doutrina Monroe, implantada no século 19 sob o lema “a América para os americanos”.   

Ontem, a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, também opinou sobre o relatório americano, dizendo não acreditar em uma “ruptura de relações entre os EUA e a Europa”.   

“Penso que o que está escrito no documento estratégico americano, para além dos juízos de valor sobre a política europeia, alguns dos quais compartilho, como os relativos à imigração que devemos corrigir, aborda de forma assertiva algo que já se verifica há muito tempo no debate entre EUA e Europa”, disse Meloni em entrevista à TgLa7, acrescentando que se o Velho Continente “quer ser grande, deve ser capaz de se defender sozinho”.   

Ainda neste sábado, o bilionário Elon Musk, ex-chefe do Departamento de Eficiência Governamental (Doge) do atual mandato de Trump, incendiou ainda mais o debate ao afirmar que a “UE deve ser abolida”.   

“A UE deveria ser abolida e a soberania devolvida a cada país, para que os governos possam representar melhor seus cidadãos”, escreveu o dono do X em sua rede social. (ANSA).