A Comissão Europeia apresentou nesta quarta-feira (18) um plano de 210 bilhões de euros (mais de 220 bilhões de dólares) que prevê uma aceleração das energias renováveis e economia de energia para se libertar “o mais rapidamente possível” das importações de gás russo, em reação à guerra na Ucrânia.

A recente interrupção por Moscou do fornecimento de gás para a Polônia e Bulgária demonstrou a urgência de agir para garantir a rede energética europeia.

“Devemos reduzir nossa dependência energética da Rússia o mais rápido possível. Somos capazes de fazê-lo”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em um comunicado.

Reduzir as importações de combustíveis fósseis é crucial para alcançar o objetivo da UE de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em pelo menos 55% até 2030 e alcançar a neutralidade de carbono até 2050.

Acelerar a transformação do sistema energético europeu exigirá um investimento de cerca de 210 bilhões de euros até 2027, estimou a Comissão.

A maior parte do financiamento proposto viria de empréstimos já incluídos no plano de recuperação europeu NextGenerationEU, mas ainda não utilizados. Estes empréstimos representam já 225 bilhões de euros que podem ser mobilizados de imediato.

A curto prazo, a UE terá também de aumentar a sua produção de eletricidade a partir de centrais a carvão e nucleares.

“A economia de energia é a maneira mais rápida e barata de responder à atual crise energética”, considerou a Comissão Europeia ao lançar um plano que havia sido solicitado no final de março pelos líderes do bloco.

A Comissão estima que “mudanças de comportamento podem reduzir a demanda por gás e petróleo em 5% no curto prazo” e recomendou campanhas de comunicação em cada país do bloco dirigidas a empresas e famílias.

Assim, a Comissão propôs aumentar a sua meta de participação das energias renováveis na cesta energética para 2030, de 40% para 45%.

Para isso, aposta em duplicar as instalações fotovoltaicas até 2025 e reduzir os entraves administrativos para agilizar os procedimentos de implantação de projetos solares e eólicos.

“Propomos impor tetos solares para edifícios públicos e comerciais até 2025 e para novos edifícios residenciais até 2029”, comentou Von der Leyen.

O plano também estabelece uma meta de 10 milhões de toneladas de hidrogênio de fontes renováveis produzidas na Europa até 2030.

Bruxelas reconhece, porém, que a UE não poderá prescindir rapidamente do petróleo e do gás russos e já começou a diversificar os seus fornecedores, recorrendo em particular aos Estados Unidos, Argélia e Oriente Médio.

A Comissão está considerando um mecanismo de compra conjunta para negociar melhores taxas.