A Comissão Europeia propôs, nesta segunda-feira (28), suspender o financiamento de startups israelenses devido à desastrosa situação humanitária na Faixa de Gaza.
“Embora Israel tenha anunciado uma pausa humanitária diária nos combates em Gaza e tenha cumprido parte de seus compromissos […], a situação continua grave”, disse o Executivo da União Europeia (UE) em comunicado.
Um relatório da Comissão, apresentado aos 27 Estados-membros no final de junho, concluiu que Israel não cumpria um artigo do Acordo de Associação entre a UE e Israel relativo ao respeito aos direitos humanos.
Desde então, a Comissão Europeia tem trabalhado em sua resposta, debatendo várias opções possíveis, como proibir determinadas exportações, revisar sua política de vistos, entre outras.
A proposta apresentada nesta segunda-feira é uma das opções mais tímidas. Consiste em suspender parcialmente a participação de Israel no programa de pesquisa Horizon Europe.
Startups especializadas em cibersegurança, drones e inteligência artificial estão especificamente na mira.
A proposta será submetida à aprovação dos Estados-membros da UE e será debatida em uma reunião na terça-feira.
Os países da UE estão divididos quanto à atitude a adotar em relação a Israel desde o início da guerra em Gaza contra o Hamas, que estourou após o ataque perpetrado em território israelense por este movimento islamista em 7 de outubro de 2023.
A Alemanha, por exemplo, insiste no direito de Israel de se defender de acordo com o direito internacional, enquanto outros, como a Espanha, denunciam um “genocídio” em Gaza.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou no domingo que a desnutrição no território palestino está alcançando “níveis alarmantes”, com um “pico de mortes em julho”.
Cerca de 2,4 milhões de palestinos estão cercados desde o início da guerra, que já causou cerca de 60 mil mortos em Gaza, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.
Israel, que controla todos os acessos a Gaza, nega qualquer bloqueio à ajuda e acusa o Hamas de saquear os suprimentos e as organizações humanitárias de não distribuí-los.
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