BERLIM E ZAGREB, 09 MAR (ANSA) – Uma coalizão de países “voluntários” da União Europeia irá acolher entre mil e 1,5 mil crianças migrantes que estão atualmente sozinhas na Grécia, como forma de apoio “humanitário”, anunciou nesta segunda-feira (19) o governo da Alemanha. “Em nível europeu, estão sendo realizadas negociações para uma solução humanitária, com o objetivo de organizar o cuidado com as crianças, no quadro de uma ‘coalizão voluntária'”, destacou o governo do país em comunicado oficial. Após o anúncio de Berlim, o primeiro-ministro da Croácia, Andrej Plenkovic, informou que seu país está disposto a acolher um “certo número” de crianças “que vivem, neste momento, uma situação desumana nos campos de acolhimento da Grécia”. A nação detém atualmente a presidência semestral da UE.   

“Não vejo quem possa se opor à ideia de ajudar crianças que estão nessa situação. O acolhimento delas faz parte do plano de ajuda da União Europeia com a Grécia […] e depende da decisão e vontade autônoma de cada Estado-membro”, pontuou Plenkovic.   

Durante a coletiva de imprensa que marcou seus primeiros 100 dias à frente da Comissão Europeia, a presidente do órgão, Ursula von der Leyen, confirmou o plano voluntário e ressaltou que outras cinco nações se colocaram à disposição para o acolhimento: além da Alemanha, Luxemburgo, França, Portugal e Finlândia.   

Von der Leyen ainda destacou que o bloco “precisa garantir que, quando crianças desacompanhadas ficam presas nesses campos, nós tenhamos um mecanismo para dialogar com elas e um caminho para garantir que elas aproveitem um futuro seguro”.   

No início de março, uma nova onda de migrantes chegou à Grécia após o governo da Turquia abrir suas fronteiras, como uma forma de retaliar os europeus pela suposta falta de ajuda na crise com a Síria. Pouco antes, 34 soldados turcos haviam sido mortos em território sírio.   

De acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), cerca de 130 mil pessoas chegaram às fronteiras da Grécia e da Bulgária com a Turquia. A medida do governo de Recep Tayyp Erdogan reverte um acordo firmado em 2015, que conteve o fluxo de migrantes sírios para a Europa. (ANSA)