ROMA, 15 MAI (ANSA) – O comissário europeu para Assuntos Internos e Migração, Dimitris Avramopoulos, disse nesta terça-feira (15) que espera que a política italiana sobre imigrantes não mude quando o Movimento 5 Estrelas (M5S) e a ultranacionalista Liga chegaram a um acordo para formar o novo governo. “Esperamos que com o novo governo na Itália não haja mudanças na linha da política migratória”, afirmou o comissário, lembrando que o país está entre os Estados que têm o maior apoio de Bruxelas. Em resposta a Avramopoulos, o secretário da Liga, Matteo Salvini, criticou “a interferência inaceitável” da UE ” e afirmou que agora é “o momento da legalidade, segurança e rejeição”.   

Ontem (14), as duas legendas chegaram a um acordo sobre as bases do programa de governo, mas entre os temas em abertos permanecem a justiça, infraestrutura, imigrantes e as restrições da União Europeia. Segundo a Liga, o M5S continua “mais cauteloso”.   

De acordo com fontes oficiais do movimento liderado por Luigi Di Maio, o documento teria 39 páginas e os pontos sofreram um aumento em comparação ao último rascunho, que possuía 22. Na rodada de negociações desta terça, os “assuntos sublinhados em vermelho serão abordados”, mas são poucos os temas discordados.   

Após o presidente Sergio Mattarella conceder mais tempo para os diálogos, a expectativa é de que o documento seja finalizado até a próxima quinta-feira (17).   

Entre as questões já acordadas estão um estudo de remodelação do turismo e a ideia de sistema de tarifa dupla no imposto de renda, não mais uma taxa fixa, de 15% e 20%.   

“É claro que a aproximação da formação do novo governo e a aproximação à estabilidade financeira devem se manter no curso atual, reduzindo gradativamente o déficit e reduzindo a dívida pública”, explicou o vice-presidente da Comissão da UE, Valdis Dombrovskis. Na próxima semana, a Comissão da União Europeia vai recomendar à Itália a redução da dívida e do déficit, uma “abordagem” que os representantes mantém “independentemente do governo que estará lá”, e que “é o mesmo que Mattarella” enfatizou durante as negociações, ou seja, a “necessidade de manter os compromissos europeus”, finalizou. (ANSA)