Jair Bolsonaro não desperdiça uma mísera oportunidade de ficar calado. Aliás, mudo, este senhor já está errado. Falando besteira, como sempre, apenas piora. Uns dizem que é de propósito, ‘para causar’ e manter a militância inflamada. Eu, particularmente, acredito que é um pouco disso, sim, mas sua gigantesca ignorância não pode ser desprezada jamais.

A Ford caiu fora do País porque dá prejuízo. Há anos, inclusive. E uma das razões é que tem de arcar com tributos altíssimos para, por exemplo, pagar os salários e benefícios da imensa família Bolsonaro, já que todos vivem exclusivamente de dinheiro público. Salvo o senador das rachadinhas, é claro. Esse tem uma usina de dinheiro na loja de chocolates, hehe.

O Brasil é o paraíso dos monopólios do Poder e dos oligopólios e dos poderosos. Sem concorrência, só enxergam lucros, via de regra retribuídos com polpudas doações e propinas. E também o paraíso dos sonegadores e da economia informal. Todo o resto da cadeia produtiva e da iniciativa privada têm de se “virar nos trinta”. Não é qualquer um, não.

Legislação trabalhista do tempo das cavernas, necessária para manter a gigantesca estrutura da Justiça do Trabalho. Burocracia gigantesca, complexa e sem nexo, necessária para manter a gigantesca estrutura de fiscalização. Legislação tributária leonina, injusta e arcaica, necessária para manter a gigantesca estrutura dos três Poderes, em todas as esferas.

Some-se, aí, leis que vêm e vão ao sabor da ideologia (e dos cofres) dos parlamentares municipais, estaduais e federais. Insegurança jurídica completa, e também flutuante de acordo com os poderosos de plantão e conveniências políticas. Mão-de-obra qualificada escassa (pela falta de escolaridade) e produtividade das mais baixas do planeta.

A Ford – e não só ela – é uma vítima desse sistema feito (e mantido) para não funcionar. Ou melhor, para funcionar, mas apenas para alguns; aqueles já citados acima. E fez muito bem em cair fora daqui. Afinal, além de não gerar riqueza para seus acionistas, têm de se ver com todo o imbróglio descrito, além de, por óbvio, se ver com sindicatos e sindicalistas.

“Quem dá lucro permanece, quem não dá fecha”, declarou Bolsonaro. Pena que a mesma regra não vale para o governo. Queria ver como pagaria o cartão corporativo da Presidência se não houvessem os trouxas de sempre, aqui, para serem tungados. Por ele e por todos os demais chupins do dinheiro e trabalho alheios deste ‘maledeto’ país.