O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, lamentou o adiamento das eleições legislativas em Hong Kong e a desqualificação dos candidatos de oposição, e convidou as autoridades do território a “reconsiderar” essa decisão.

“O adiamento em um ano das eleições ao Conselho Legislativo, propostas recorrendo a poderes de urgência, retardaria a renovação do mandato democrático e questionaria o exercício dos direitos e liberdades democráticas garantidas pela lei fundamental de Hong Kong”, afirmou Josep Borrell em um comunicado.

“A desqualificação dos candidatos pró-democracia, inclusive de deputados eleitos democraticamente pelo povo de Hong Kong, também enfraquece a reputação internacional de Hong Kong como uma sociedade livre e aberta”, acrescentou.

“É essencial que as eleições para o Conselho Legislativo ocorram em um ambiente propício ao exercício dos direitos e liberdades democráticas, consagrados na lei fundamental de Hong Kong”, argumentou Borell.

“A UE convida as autoridades de Hong Kong a reconsiderar essas decisões”, concluiu o chefe da diplomacia europeia.

Nomeada pelo governo chinês, a executiva-chefe de Hong Kong, Carrie Lam, anunciou em 31 de julho o adiamento das eleições legislativas programadas para setembro por causa do aumento dos casos do novo coronavírus.

Essa decisão foi precedida pela invalidação da candidatura de 12 militantes pró-democracia para estas eleições.