A União Europeia (UE) pediu nesta terça-feira ao Reino Unido o cumprimento das promessas no âmbito do Brexit, ante o início iminente da negociação sobre a futura relação comercial depois que as duas partes estabeleceram seus limites.

“A aplicação dos acordos já alcançados é um teste de boa-fé e confiança e, sem estas, construir uma futura relação não será fácil”, disse o ministro das Relações Exteriores da Irlanda, Simon Conveney, em Bruxelas.

O Reino Unido encerrou em 31 de janeiro 47 anos de adesão ao projeto de integração que surgiu após a Segunda Guerra Mundial e, agora, deve negociar com os ex-27 sócios a futura relação comercial.

Ante da negociação, que deveria começar na segunda-feira em Bruxelas, segundo uma fonte do governo britânico, o receio dos europeus com o antigo sócio aumenta, assim como os apelos para que Londres cumpra suas promessas.

O governo britânico já teve que desmentir na segunda-feira a informação do jornal Sunday Times de que Londres buscava uma maneira de “desobedecer” o protocolo sobre a Irlanda do Norte, incluído no acordo de divórcio.

“Minha mensagem a nossos amigos em Londres é clara: cumpram suas promessas”, afirmou o ministro alemão para Assuntos Europeus, Michael Roth, antes de aprovar ao lado de seus colegas o mandato de negociação comercial da UE.

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Com a aprovação, o bloco está pronto para negociar a futura relação com o Reino Unido. O negociador da Comissão Europeia, Michel Barnier, vai liderar novamente as discussões em nome dos 27 países europeus.

As discussões prometem ser difíceis. “A pressão do tempo é imensa e os interesses são enormes”, disse o chanceler holandês, Stef Blok, que citou um “caminho difícil pela frente”.

Londres e Bruxelas devem tentar alcançar um acordo de livre comércio até 31 de dezembro de 2020, um processo que geralmente leva anos, o que na prática deixa apenas oito meses para as negociações.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, cujo país continua a cumprir as normas da UE até esta data, já reiterou sua recusa a prorrogar o período de transição, aumentando a pressão sobre a UE.

“O principal objetivo do Reino Unido é garantir que vamos restaurar nossa independência econômica e política em 1º de janeiro de 2021”, disse o porta-voz do governo ao anunciar a adoção das diretrizes britânicas de negociação.


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