UE pede à China libertação imediata de editor sueco Gui Minhai

UE pede à China libertação imediata de editor sueco Gui Minhai

A União Europeia (UE) pediu a Pequim, nesta quarta-feira (24), que “liberte imediatamente” o editor sueco de origem chinesa Gui Minhai, que publica livros ridicularizando as elites do regime comunista.

Ele foi detido na semana passada.

“Esperamos que as autoridades chinesas libertem imediatamente Gui Minhai, permitam-lhe voltar para sua família e receber ajuda consular e apoio médico”, declarou o embaixador da UE em Pequim, Hans Dietmar Schweisgut, em entrevista à imprensa na capital chinesa.

“É um cidadão sueco e é um cidadão da União Europeia”, disse o embaixador.

Na terça-feira, a ministra sueca das Relações Exteriores, Margot Wallström, já havia pedido sua “libertação imediata”.

Segundo sua filha Angela, agentes à paisana prenderam Gui Minhai no sábado, quando se dirigia para Pequim com dois diplomatas suecos a bordo de um trem procedente da cidade de Ningbo, no leste do país, onde morava.

Seu pai visitava a capital chinesa para consultar um médico, já que apresenta sintomas de esclerose lateral amiotrófica.

Depois de convocar duas vezes o embaixador da China em Estocolmo nos últimos dias, a chanceler confirmou a detenção ocorrida na presença de pessoal diplomático.

Gui Minhai trabalhava para a editora “Mighty Current” em Hong Kong – especializada em títulos sobre a vida privada de dirigentes chineses. Sua publicação é proibida do outro lado da fronteira.

Em 2015, Gui sumiu durante férias na Tailândia e ressurgiu detido em uma instalação chinesa.

Em fevereiro de 2016, apareceu chorando na televisão chinesa e confessou seu envolvimento em um acidente de trânsito anos antes.

As autoridades chinesas anunciaram sua soltura em outubro de 2017, mas sua filha garantiu à rádio sueca que, desde que deixou a prisão, seu pai foi instalado em um apartamento da Polícia e era mantido sob vigilância.