BRUXELAS, 5 SET (ANSA) – A Comissão Europeia multou nesta sexta-feira (5) o Google em quase três bilhões de euros por ter violado as normas antitruste da União Europeia ao distorcer a concorrência no setor de tecnologia de publicidade.
As autoridades ordenaram que a gigante americana deveria ter encerrado suas práticas de implementação de medidas para eliminar conflitos de interesse inerentes ao longo da cadeia de suprimentos de adtech.
Ainda segundo a Comissão Europeia, o Google distorceu a concorrência ao favorecer seus próprios serviços de tecnologia de publicidade online. Além disso, os investigadores disseram que a empresa detém uma posição dominante no mercado de servidores de anúncios para editores com seu serviço “DoubleClick For Publishers”; e no mercado de ferramentas programáticas de compra de anúncios, com seus serviços “Google Ads” e “DV360”.
A partir de agora, o Google terá 60 dias para informar sobre as medidas que pretende propor para resolver a questão. Para determinar o valor da multa, a Comissão Europeia considerou diversos fatores, como o fato de a empresa já ter sido multado anteriormente por abuso de posição dominante.
“A decisão da Comissão Europeia sobre nossos serviços de tecnologia de anúncios está errada e recorreremos. Isso impõe uma multa injustificada e exige mudanças que prejudicarão milhares de empresas europeias, dificultando sua geração de lucros. Não há nada anticompetitivo”, afirmou Lee-Anne Mulholland, vice-presidente e chefe global de Assuntos Regulatórios do Google.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou aplicar novas tarifas à UE devido à decisão “injusta” do Google.
“A Europa multou outra grande empresa americana, o Google, efetivamente roubando dinheiro que, de outra forma, teria sido destinado a investimentos e empregos americanos. Isso se soma às inúmeras outras multas e impostos emitidos contra o Google e outras empresas de tecnologia americanas. Verdadeiramente injusto, e o contribuinte americano não tolerará isso. Meu governo não permitirá que essas ações discriminatórias continuem”, atacou o republicano. (ANSA).