A reunião dos ministros das Relações Exteriores e de Defesa da União Europeia, originalmente programada para o final de agosto em Budapeste, será realizada em Bruxelas, como resposta “simbólica” à postura da Hungria em relação à Rússia, anunciou nesta segunda-feira (22) o chefe da diplomacia do bloco, Josep Borrell.

Borrell presidiu uma reunião dos ministros de Relações Exteriores em que não foi possível encontrar uma solução para a divisão entre os Estados-membros sobre a ideia de participar de reuniões em Budapeste, após a viagem do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, a Moscou, onde se encontrou com o presidente Vladimir Putin.

“Entendi que precisamos enviar um sinal, ainda que simbólico, (…) consequências simbólicas. Não será nada grandioso. Eu não uso a palavra boicote”, apontou.

“Acredito que seria muito mais apropriado mostrar esse sentimento e convocar as próximas reuniões informais do Conselho de Assuntos Externos e de Defesa em Bruxelas, quando retornarmos das férias”, disse Borrell ao final da reunião do dia.

O alto funcionário afirmou ter ouvido “todos os argumentos, tentando fazê-los convergir, talvez para uma posição intermediária. Não foi possível. Alguns estavam dispostos a ir para Budapeste, como de costume. Outros claramente não queriam ir” e, diante disso, “tive que tomar uma decisão”.

A visita de Orban à Rússia causou enorme desconforto em países da UE, agravada pelo fato de que em 1º de julho a Hungria assumiu a presidência semestral da UE, e pelo sentimento generalizado de que sua viagem não foi apresentada como uma iniciativa estritamente bilateral.

Ao exercer a presidência rotativa semestral da UE, a Hungria organizaria neste semestre as reuniões ministeriais mais importantes do bloco.

No entanto, diversos países estão considerando enviar funcionários de nível mais baixo para essas reuniões.

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