Os países da União Europeia adotaram sanções contra nove funcionários russos nesta segunda-feira (5), entre eles um vice-ministro de Justiça, acusados de participar da detenção e encarceramento do opositor pró-democracia Vladimir Kara-Murza, condenado a 25 anos de prisão em abril.

“Esta sentença de prisão escandalosamente dura demonstra claramente o abuso político do sistema judicial russo para reprimir a sociedade civil e as vozes independentes que se opõem à guerra de Moscou na Ucrânia”, declarou o alto representante da diplomacia da UE, Josep Borrell, em comunicado.

Em 17 de abril, um tribunal de Moscou condenou Vladimir Kara-Murza a 25 anos de prisão em uma colônia penitenciária – o que implica condições mais duras de cárcere – por “alta traição” e por difundir “informação falsa” sobre o Exército russo.

A condenação contra um dos últimos grandes críticos do Kremlin que ainda não estava atrás das grades ou exilado no exterior é a mais dura já imposta a um opositor na história recente da Rússia.

A UE pediu a “libertação imediata e incondicional” de Kara-Murza.

Os nove sancionados terão seus ativos congelados dentro da jurisdição da UE, onde eles ficarão proibidos de residir.

Entre eles está o vice-ministro da Justiça, “responsável por aplicar a legislação sobre ‘agentes estrangeiros’, fundamental na série de leis voltadas contra a sociedade civil independente, os meios de comunicação e dissidentes”, diz o comunicado.

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