Por Andrea Shalal e David Shepardson

WASHINGTON (Reuters) – Os Estados Unidos e a União Europeia estão trabalhando em um acordo para tornar os minerais europeus elegíveis a créditos fiscais, disse uma autoridade sênior do bloco na sexta-feira.

A Lei de Redução da Inflação dos Estados Unidos, de 430 bilhões de dólares, aprovada em agosto, exige que porcentagens crescentes de minerais para baterias venham dos Estados Unidos ou de um parceiro do Acordo de Livre Comércio.

A autoridade da UE disse que um acordo pode ser fechado já na próxima semana –a tempo de uma visita da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a Washington– para dar “status de acordo de livre comércio” para a União Europeia.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, se recusou a dizer se um acordo de alto nível que fornece um status de livre comércio (FTA) para a União Europeia poderá ser alcançado antes da visita de von der Leyen, removendo uma fonte de irritação nas relações entre as regiões, mas destacou o desejo de Washington de manter uma forte relação de trabalho com o bloco.

“Claro, queremos garantir que haja uma boa relação de trabalho”, disse ela.

Até 3.750 dólares por veículo dos créditos fiscais disponibilizados referem-se a minerais críticos para baterias, e entrará em vigor quando o Tesouro norte-americano emitir orientações, o que é esperado para este mês.

O funcionário da UE disse que é fundamental chegar a um acordo logo, dadas as medidas de algumas empresas europeias para transferir sua produção para os Estados Unidos.

“Precisamos reagir agora e, pelo menos, evitar ao máximo esses distúrbios, concedendo um status semelhante ao FTA e tendo melhor acesso quando se trata de matérias-primas e produção de baterias, por exemplo.”

Ele disse que o lado norte-americano está pressionando para que o acordo seja “juridicamente vinculativo”, mas será difícil tê-lo em vigor antes da visita de von de Leyen. “Acho que o compromisso de fazer isso rapidamente pode muito bem ser o resultado das discussões da próxima semana.”

No entanto, o acordo será limitado, disse o funcionário. “Não estamos falando de acesso ao mercado aqui… Isso será muito reduzido e certamente não será um acordo de livre comércio da maneira clássica”, disse.

(Por Andrea Shalal; reportagem adicional de Trevor Hunnicutt. Redação de David Shepardson)

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