UE diz que não irá reconhecer territórios ocupados pela Rússia

BERLIM, 13 AGO (ANSA) – O presidente do Conselho Europeu, António Costa, revelou nesta quarta-feira (13) os pontos principais da reunião virtual entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, com líderes europeus. Segundo ele, o americano compartilhou três objetivos “muito importantes”: o cessar-fogo; que ninguém além de Kiev possa negociar o que diz respeito ao país, como a questão territorial, e a disponibilidade americana de trabalhar em conjunto com a União Europeia para reforçar as condições de segurança e alcançar uma paz justa e duradoura no leste do continente.   

Já o chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, que recebeu Zelensky em Berlim para a videoconferência, enfatizou que “alguns interesses fundamentais europeus e ucranianos devem ser preservados no Alasca”, que receberá na sexta-feira (15) um encontro entre Trump e o chefe de Estado da Rússia, Vladimir Putin.   

Ele reforçou a defesa do bloco para que a “Ucrânia sente-se à mesa de negociações” com os líderes americano e russo, e que o “cessar-fogo seja o ponto de partida” da cúpula no Alasca.   

Kiev “está pronta para negociar questões territoriais, mas o reconhecimento legal da ocupação russa não está em discussão”, destacou Merz.   

“Questões territoriais relativas à Ucrânia serão negociadas apenas por seu presidente. Esta é a posição que apoiamos”, complementou o líder da França, Emmanuel Macron.   

Para o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, “o Reino Unido continua empenhado em fornecer apoio inabalável à Ucrânia para garantir que as suas fronteiras internacionais não sejam alteradas pela força”.   

Sobre o fato de Putin não aceitar uma possível entrada do país vizinho na UE e na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Zelensky advertiu: “A Rússia não pode vetar o que a Ucrânia quer fazer em relação à sua presença no bloco europeu e na Otan”, voltando a dizer que seu homólogo em Moscou “não quer a paz”.   

“Ele [Putin] quer ocupar toda a Ucrânia. Precisamos pressioná-lo ainda mais, com sanções, para garantir um cessar-fogo imediato”, disse o mandatário de Kiev.   

Por sua vez, o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, que também participou da videoconferência, elogiou a “ótima conversa com Trump, Zelensky e líderes europeus”.   

“Estamos unidos em nosso compromisso de pôr fim a esta terrível guerra contra o território ucraniano para alcançar uma paz justa e duradoura. Admiro a liderança de Trump e sua estreita coordenação com os aliados”, falou Rutte, acrescentando que “agora a bola está nas mãos de Putin”.   

“Hoje, a Europa, os EUA e a Otan consolidaram um ponto em comum em relação à Ucrânia. Continuaremos a nos coordenar estreitamente. Ninguém deseja a paz mais do que nós, uma paz justa e duradoura”, escreveu nas redes sociais a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, após o fim da chamada virtual. (ANSA).