O Parlamento Europeu e os países da União Europeia (UE) chegaram nesta terça-feira (18) a um acordo para fortalecer a produção e o fornecimento de semicondutores no bloco até 2030, em um esforço para reduzir sua dependência de fornecedores asiáticos.

A delegação sueca, que exerce a presidência rotativa do Conselho da UE, anunciou que a lei resultante do acordo “vai impulsionar o ecossistema europeu de semicondutores e desempenhar um papel central no fortalecimento da competitividade da UE em nível global”.

O comissário europeu para a Indústria, Thierry Breton, disse que o projeto “permitirá reequilibrar nossas cadeias de abastecimento e reduzir nossa dependência coletiva da Ásia”.

Desde a pandemia da covid-19, que interrompeu completamente as cadeias de suprimentos, a UE priorizou a expansão da produção de semicondutores, já que o bloco é altamente dependente desses produtos produzidos na China e em Taiwan.

O acordo alcançado nesta terça-feira entre os eurodeputados e os representantes dos governos nacionais pretende duplicar a produção até 2030 e chegar aos 20%, além de mobilizar investimentos até 43 bilhões de euros (cerca de US$ 47 bilhões e aproximadamente R$ 232,2 bilhões) no setor.

A UE precisaria quadruplicar sua atual capacidade de produção para atender plenamente suas necessidades.

Em agosto, os Estados Unidos aprovaram uma lei específica que inclui em torno de 52 bilhões de dólares (quase R$ 257 bilhões) para promover a produção de microprocessadores e bilhões de dólares a mais para pesquisa e desenvolvimento científicos.

Japão e Coreia do Sul prometeram, por sua vez, gastar bilhões de dólares no desenvolvimento da produção de semicondutores.

A UE visa a proteger a competitividade do bloco diante das ameaças da China e dos Estados Unidos, que investiram bilhões em tecnologias verdes.

No mês passado, a Comissão Europeia – braço executivo da UE – publicou duas propostas para impulsionar a produção de tecnologia limpa, incluindo matérias-primas essenciais necessárias para produtos elétricos.

Para Breton, “a Europa tem como objetivo se tornar uma potência industrial nos mercados do futuro”.

“As tecnologias digitais e limpas vão nos permitir continuar sendo uma força exportadora competitiva, gerar empregos de qualidade e garantir a segurança do nosso abastecimento” afirmou. “Não haverá transição ecológica, ou digital, sem uma base produtiva sólida”, completou.

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