08/03/2023 - 15:19
Os ministros da Defesa da União Europeia (UE) analisaram, nesta quarta-feira (8), em Estocolmo, a possibilidade de fazer pedidos conjuntos de munições para abastecer a Ucrânia, que as solicita com urgência para resistir à invasão russa.
O projeto consiste em coordenar esses pedidos de munições, projéteis e obuses entre os 27 países-membros da UE, no valor de até 2 bilhões de euros (cerca de R$ 10,8 bilhões).
Em sua luta para resistir à invasão iniciada pela Rússia há um ano, a Ucrânia enfrenta escassez de munições, projéteis e obuses de 155 milímetros. E as reservas europeias estão quase no fim.
Em Estocolmo, os ministros da UE conversaram também com seu homólogo ucraniano, Oleksii Reznikov, sobre a estratégia para manter o fluxo de ajuda à Ucrânia e reforçar a indústria europeia de Defesa.
Ao chegar à reunião, Reznikov disse que a prioridade ucraniana envolve “os sistemas de defesa aérea. E também munições, munições e mais munições”.
A primeira parte do plano prevê o uso de um bilhão de euros (cerca de 5,4 bilhão de reais) do Fundo Europeu de Apoio à Paz (FEAP) para fazer com que os Estados-membros enviem munições de suas reservas à Ucrânia.
Os ministros da Defesa também planejam discutir quantos projéteis de seus países podem separar para ajudar sem deixar o bloco vulnerável.
“Concordamos com a urgência, porque coincidimos no objetivo, que é apoiar a Ucrânia em tudo o que for possível e o mais rápido possível”, disse o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell.
A segunda parte do plano é unir as demandas da UE e da Ucrânia para elaborar pedidos conjuntos em larga escala que incentivariam os fabricantes de munições a aumentar sua capacidade de produção.
Reznikov insiste em que seu país precisa de “um milhão de projéteis, aproximadamente quatro bilhões de euros” (quase R$ 22 bilhões).
No atual cenário, os países da UE avaliam a melhor forma de negociar contratos conjuntos e, assim, evitar a lentidão do processo devido à burocracia.
Também há um debate delicado sobre a compra de munições fora do bloco, pois vários países alegam que a prioridade deve ser ajudar a indústria europeia.
O ministro da Defesa da Suécia, Pal Jonson, afirmou que a prioridade deve ser a indústria europeia de defesa, mas acrescentou que não deve ser “excluída a possibilidade” de negociar com fornecedores de fora do bloco.
Em termos gerais, há uma sensação clara de que os países da UE precisam aumentar seus investimentos na área, que foram reduzidos consideravelmente desde o fim da Guerra Fria, no início dos anos 1990.
“Estamos em um momento decisivo em nosso apoio à Ucrânia e precisamos avançar em direção a um tipo de economia de guerra”, disse o comissário de mercado interior da UE, Thierry Breton.
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