As restrições impostas por cinco Estados-membros da União Europeia (UE) à importação de cereais ucranianos, a fim de proteger os agricultores, poderão ser prorrogadas até 15 de setembro, anunciou a Comissão Europeia nesta segunda-feira (5).

Em maio de 2022, logo após o início da ofensiva da Rússia, a UE suspendeu por um ano as tarifas aduaneiras sobre produtos da Ucrânia e se organizou para permitir a exportação de cereais após o fechamento das rotas marítimas pelo Mar Negro.

No entanto, essa medida resultou em um forte aumento nas chegadas de milho, trigo e girassol nos países europeus vizinhos à Ucrânia, levando à saturação dos silos devido a problemas logísticos e à queda dos preços locais.

Em abril, o órgão executivo da UE permitiu que cinco de seus países-membros – Polônia, Hungria, Eslováquia, Bulgária e Romênia – bloqueassem a comercialização de vários cereais provenientes da Ucrânia até 5 de junho.

Essas medidas “temporárias e excepcionais” agora poderão ser prorrogadas até meados de setembro, um prazo que deverá ser usado para “melhorar” as estruturas logísticas de transporte de cereais e aliviar esses países, afirmou a Comissão, responsável pela política comercial do bloco de 27 países.

A única condição imposta pela UE para bloquear os cereais ucranianos foi que os Estados-membros não impedissem o trânsito desses cereais para outros países.

As restrições aplicadas dentro da UE foram duramente criticadas por Kiev, que pediu a Bruxelas que não as prorrogasse após 5 de junho, assim como por outros 12 Estados-membros do bloco.

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