Os 27 países da União Europeia (UE) chegaram a um acordo, nesta terça-feira (4), que permite a comercialização para consumo humano de alimentos à base de insetos, especialmente larvas de farinha (tenebrio molitor), anunciou a Comissão Europeia.

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A Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) já havia concluído em janeiro que as larvas de farinha podiam ser ingeridas com segurança “na forma de inseto inteiro seco ou em pó”.

Apoiados por esta conclusão, “os Estados-membros aprovaram uma proposta da Comissão Europeia, que autoriza a utilização de larvas de farinha amarelas secas como novo alimento”, anunciou nesta terça a Comissão.

“Pode ser usado como um inseto inteiro desidratado como lanche ou como ingrediente de diversos produtos alimentícios, como pó em produtos proteicos, biscoitos ou massas”, disse a instituição.

Os produtos à base de insetos (muito ricos em proteínas, minerais, vitaminas, fibras, mas também ácidos graxos saudáveis, ômega 6 e 3) podem ajudar a prevenir deficiências de nutrientes, segundo empresas do setor.

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação (FAO) os descreve como uma “fonte alimentar saudável e altamente nutritiva”.

De acordo com a Comissão Europeia, podem ser “uma fonte alternativa de proteína para apoiar a transição para um sistema alimentar mais sustentável”, uma vez que a criação de insetos tem uma pegada ecológica limitada em comparação com outras fontes de proteína.

Os insetos já eram comercializados na UE, especialmente em lojas de produtos orgânicos, porque vários países consideravam que eles não estavam cobertos pela regulamentação alimentar europeia.

Mas os regulamentos atuais, em vigor desde janeiro de 2018, consideram explicitamente os insetos como alimento, sujeitos, portanto, à necessidade de uma autorização de comercialização.

Estima-se que milhões de pessoas consomem cerca de mil espécies de insetos na África, Ásia e América Latina.

No entanto, nas fazendas de insetos na UE (que produzem alguns milhares de toneladas por ano), são usados principalmente para alimentar animais, especialmente peixes.

A autorização europeia será formalizada “nas próximas semanas”, disse a Comissão.

Onze outros pedidos de comercialização de insetos foram apresentados à UE. A EFSA, com sede em Parma (Itália), concentra-se em particular nos grilos e gafanhotos.

A Ynsect, líder francesa na produção de farinhas de insetos para ração animal, já desenvolveu “um ingrediente à base de proteína de inseto sem óleo” para fabricar “barras energéticas” para atletas, mas aguardava o sinal verde europeu.