A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) aprovou nesta quarta-feira (6) o uso da vacina da Moderna contra a covid-19 sob a pressão dos países da UE, que criticam a lentidão da vacinação, e do aumento da pandemia, enquanto a Inglaterra inicia um novo confinamento.
A pandemia continua se agravando após as festas de fim de ano, especialmente nos Estados Unidos. Na terça-feira, os EUA anunciaram um recorde de mortes em 24 horas com mais de 3.930 óbitos e 250.000 novos casos. Os Estados Unidos são o país mais afetado do mundo pela pandemia (357.067 vítimas fatais), que já deixou um total de 1,86 milhão de mortos no planeta.
A Europa, onde a pandemia causou mais de 596.000 mortes sobre mais de 27,5 milhões de casos, a EMA deu sinal verde nesta quarta para a vacina contra a covid-19 da farmacêutica americana Moderna, a segunda a ser aprovada na UE.
“Esta vacina nos proporciona outra ferramenta para superar a atual emergência”, disse a diretora-executiva da EMA, Emer Cooke, em comunicado.
Em um tuíte, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que o imunizante já foi autorizado por Bruxelas. Mais cedo, ela havia declarado que a aprovação da Moderna é “uma boa notícia para nossos esforços de levar mais vacinas contra a covid-19 aos europeus”.
Em 21 de dezembro, a EMA autorizou a vacina Pfizer/BioNTech, imediatamente aprovada pela UE.
A vacina da Moderna já recebeu a aprovação emergencial da Administração de Medicamentos e Alimentos dos Estados Unidos (FDA) em 18 de dezembro, uma semana depois de a Pfizer/BioNTech receber a mesma autorização. O Canadá seguiu os passos dos Estados Unidos em 23 de dezembro.
O produto da Moderna tem a vantagem de ser armazenado a -20°C, ao contrário do da Pfizer, a -70°C, o que obrigou o grupo a criar contêineres específicos para o seu transporte.
– Ruas desertas em Londres –
O surto de infecções na Europa continental levou alguns países da UE a ampliarem as restrições, como Alemanha e Dinamarca. Ninguém parece a salvo: Portugal registrou nesta quarta-feira um recorde de 10.000 casos diários.
As campanhas de vacinação na UE avançam mais lentamente que nos Estados Unidos, no Reino Unido, ou em Israel, e às vezes geram polêmica, como na França. Nesta quarta, a Holanda iniciou sua campanha, tornando-se o último país da UE a fazê-lo.
Fora do bloco, o confinamento completo da Inglaterra entrou oficialmente em vigor nesta quarta-feira, às 00h01 GMT, embora o primeiro-ministro Boris Johnson tenha pedido aos britânicos já na segunda para aplicar imediatamente as normas.
Com mais de 75.000 mortes, o Reino Unido é um dos países europeus mais afetados pela pandemia. A nova variante detectada no país agravou a tendência, com mais de 50.000 novas infecções diárias.
“Após a maratona do ano passado, iniciamos uma corrida para vacinar as pessoas vulneráveis mais rápido que o vírus pode alcançá-las”, disse o primeiro-ministro Boris Johnson nesta quarta.
Na segunda-feira, o Reino Unido começou a aplicar a vacina da farmacêutica britânica AstraZeneca, associada com a Universidade de Oxford, e que já foi aprovada por outros três países (Argentina, Índia e México).
Na América Latina, onde houve mais de 16.000 mortos e 15,9 milhões de casos segundo a última contagem da AFP, a Colômbia concedeu na terça-feira a autorização emergencial para a vacina da Pfizer, enquanto a Bolívia decidiu suspender seu maior feriado folclórico, o carnaval de Oruro, devido à pandemia.
Pouco mais de um ano após a detecção dos primeiros casos de covid-19 na região chinesa de Wuhan, renomados cientistas escolhidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda aguardam a aprovação de seus vistos para tentar rastrear as origens do vírus.
Embora a China tenha a pandemia controlada há muitos meses, nesta quarta-feira decidiu restringir a mobilidade em uma cidade do norte do país de 11 milhões de habitantes, para tentar erradicar um surto de covid-19, enquanto outra província detectou a nova variante do vírus encontrada na África do Sul.