BRUXELAS, 14 JUL (ANSA) – A alta representante da União Europeia para Política Externa, Kaja Kallas, denunciou nesta segunda-feira (14) que a ajuda humanitária enviada para a Faixa de Gaza, palco do conflito entre Israel e o Hamas desde outubro de 2023, não é suficiente.
“A situação em Gaza é grave. Uma coisa é assinar acordos no papel e outra é implementá-los: vimos sinais, mais caminhões entrando em Gaza, mas não é suficiente”, declarou ela, ao chegar à reunião ministerial entre a UE e a vizinhança meridional.
Sobre possíveis medidas contra Israel por violações de direitos humanos, Kallas enfatizou: “Me pediram para elaborar uma lista, agora cabe aos 27 decidir o que fazer”.
Na semana passada, Kallas já havia anunciado que a UE chegou a um acordo com Israel para estender a ajuda humanitária a Gaza, o que significa que “mais pontos de passagem serão abertos e mais caminhões de ajuda e alimentos entrarão” no enclave palestino.
Desta forma, a iniciativa prevê um “aumento substancial no número de caminhões que transportam alimentos e produtos não alimentícios para Gaza diariamente”, bem como a abertura de “novos pontos de passagem” no norte e no sul do enclave, segundo comunicado à imprensa.
Entretanto, o ministro das Relações Exteriores egípcio, Badr Abdelatty, que também está em Bruxelas para a mesma reunião, afirmou que não vê “nenhum sinal” de implementação do acordo entre o bloco e Israel sobre o fornecimento de ajuda humanitária a Gaza.
“A situação em terra é horrível”, disse ele, enfatizando que “todos os dias, mais de 100 pessoas são mortas em Gaza só porque querem receber ajuda”.
“É uma vergonha para todos nós. Estamos aqui para falar claramente e contar aos nossos amigos europeus o que está acontecendo em terra”, acrescentou Abdelatty. (ANSA).