Ucranianos, americanos e europeus iniciam nesta sexta-feira (19), nos Estados Unidos, novas “consultas” sobre o plano de Washington para pôr fim à guerra com a Rússia, anunciou o principal negociador de Kiev.
O enviado de Donald Trump, Steve Witkoff, e o genro do presidente americano, Jared Kushner, estavam organizando as conversas em Miami com o negociador-chefe Rustem Umerov, além de representantes de Reino Unido, França e Alemanha.
A inclusão direta dos europeus constitui uma novidade em relação às reuniões anteriores, realizadas nas últimas semanas entre ucranianos e americanos em Genebra (Suíça), Miami e Berlim (Alemanha).
“Vamos começar uma nova série de consultas com a parte americana. A convite desta última, os nossos parceiros europeus também participam neste formato”, disse no X Umerov, acrescentando que a equipe ucraniana mantém “um espírito construtivo”.
Funcionários dos Estados Unidos têm viajado pelo mundo para acertar os detalhes de um plano na esperança de acabar com a maior guerra na Europa em décadas.
Há mais de um mês, os Estados Unidos propuseram um plano para encerrar a guerra na Ucrânia, iniciada pela Rússia em fevereiro de 2022. Esse texto inicial, percebido pela Ucrânia e seus parceiros europeus como amplamente favorável ao Kremlin, foi desde então revisto após as consultas com Kiev.
Os detalhes da nova versão não foram divulgados, mas, segundo o presidente ucraniano Volodimir Zelensky, ela inclui concessões territoriais por parte da Ucrânia em troca de garantias de segurança ocidentais.
Em todo caso, nesta sexta-feira o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, assegurou que seu país não obrigará a Ucrânia a aceitar um acordo de paz com a Rússia.
“Essa narrativa de que estamos tentando impor algo à Ucrânia é ridícula”, disse Rubio em coletiva de imprensa. “Não podemos obrigar a Ucrânia a chegar a um acordo. Não podemos obrigar a Rússia a chegar a um acordo. Eles têm de querer chegar a um acordo.”
A reunião ocorre depois de o presidente russo Vladimir Putin afirmar, nesta sexta, que “a bola está completamente no campo” da Ucrânia e de seus aliados, já que a Rússia havia aceitado “compromissos” em seus próprios diálogos com os Estados Unidos.
Espera-se que autoridades russas – incluindo o negociador do Kremlin, Kirill Dmitriev – e americanas se reúnam separadamente na Flórida durante o fim de semana, continuando a intensa diplomacia itinerante.
Trump não esconde sua impaciência para ver aprovado o acordo entre Kiev e Moscou.
Líderes europeus decidiram, na madrugada desta sexta, emprestar 90 bilhões de euros (582 bilhões de reais) à Ucrânia entre 2026 e 2027, sem recorrer aos ativos russos que estão congelados, diante da impossibilidade de alcançar um consenso sobre essa alternativa.
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