ROMA, 11 JUN (ANSA) – A Rússia devolveu os corpos de mais de 1,2 mil soldados ucranianos mortos em batalha como parte de um acordo firmado durante as negociações de paz em Istambul, na Turquia, informaram nesta quarta-feira (11) autoridades de Kiev.
O departamento ucraniano responsável por coordenar a libertação de prisioneiros de guerra e soldados falecidos informou que as identidades dos combatentes caídos serão determinadas o mais breve possível.
O assessor do Kremlin, Vladimir Medinsky, declarou que a Rússia recebeu somente 27 cadáveres. A diferença do número também foi criticada pela porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova. Ao todo, o processo de troca prevê envolver 12 mil corpos, seis mil de cada lado.
Em meio ao processo de devolução dos restos mortais dos soldados ucranianos, as forças russas efetuaram ataques aéreos em Kharkiv e provocaram a morte de pelo menos três pessoas, além de deixarem quase 30 feridos, segundo o prefeito da cidade.
Apesar dos apelos dos Estados Unidos pelo fim da invasão, a Rússia intensificou seus bombardeios na Ucrânia. Além disso, a ação ocorreu pouco tempo após as negociações na Turquia não produzirem nenhum avanço, com Moscou rejeitando os pedidos por um cessar-fogo incondicional.
O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, analisou que o fim do conflito “não poderá ser alcançado antes do final do ano”.
“A Rússia não parece querer acelerar o processo, também por razões econômicas, que são absolutamente inaceitáveis: tem um exército de um milhão de homens que recebem o dobro do salário de um trabalhador russo. Putin transformou toda a sua indústria em uma indústria bélica e, portanto, seria difícil para ele recuar rapidamente, pois pagaria um preço muito alto do ponto de vista econômico”, avaliou o chanceler.
O italiano acrescentou que as conversas na Turquia “não tiveram grandes resultados políticos, exceto pela libertação de prisioneiros de ambos os lados”.
“A situação é complicada. Apoiamos todas as iniciativas para garantir que haja um diálogo e que um cessar-fogo seja alcançado. No entanto, precisamos pressionar a Rússia a recuar, e o instrumento poderia ser novas sanções, que foram discutidas ontem em Bruxelas”, afirmou. (ANSA).