Ucrânia entrega militar russo à Lituânia para ser julgado por crimes de guerra

A Ucrânia entregou à Lituânia um militar russo capturado por suas forças armadas para que seja julgado por crimes de guerra, anunciou a Procuradoria ucraniana nesta sexta-feira (31).

“Pela primeira vez desde o início da agressão em larga escala, a Ucrânia entregou um militar russo a um Estado estrangeiro, a Lituânia, para que seja processado por crimes de guerra”, declarou o procurador-geral ucraniano Ruslan Kravchenko nas redes sociais, classificando a medida como “histórica para a justiça”.

“É um sinal claro para todos os criminosos de guerra de que não poderão escapar da justiça em nenhum país do mundo livre”, acrescentou.

O suspeito, um oficial naval russo de alta patente, é acusado de “detenção ilegal, tortura e tratamento desumano de civis e prisioneiros de guerra”, incluindo um cidadão lituano, segundo o procurador-geral.

O procurador detalhou “espancamentos, tortura com choques elétricos, sufocamento e confinamento de pessoas em caixas de metal”.

A Procuradoria da Lituânia o acusa, juntamente com outros militares de sua unidade, de ter organizado um “campo” na cidade ucraniana de Melitopol, ocupada por Moscou desde os primeiros dias da invasão da Ucrânia em 2022, no qual “civis e prisioneiros de guerra, incluindo um cidadão lituano, foram detidos ilegalmente, torturados e humilhados”.

O suspeito foi capturado pelas forças de Kiev em agosto de 2023 na região de Zaporizhzhia (sul da Ucrânia), perto do vilarejo de Robotyne, segundo o comunicado.

De acordo com a Procuradoria lituana, o suspeito foi transferido para a Lituânia na terça-feira e colocado em prisão preventiva na quinta-feira por um período de três meses.

Ele foi acusado na Lituânia de “crimes de guerra, tortura, privação ilegal de liberdade e violações das Convenções de Genebra” e pode ser condenado à prisão perpétua.

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