Ucrânia e Rússia finalizam troca de 2.000 prisioneiros

Rivais anunciaram que terceira etapa do plano, envolvendo no total mil detidos de cada lado, foi concluída, horas após intenso ataque aéreo na Ucrânia; Moscou sinalizou que pode entregar uma proposta de cessar-fogo.A maior troca de prisioneiros de guerra entre Rússia e Ucrânia foi concluída neste domingo (25/05), com 303 soldados de cada lado voltando para seus países. A troca foi negociada em três etapas, a primeira ocorrida na sexta-feira. Nesses três dias, mil prisioneiros de cada país foram entregues de volta.

A troca foi primeiramente anunciada no início do mês pelo presidente americano, Donald Trump, que vem tentando negociar uma trégua entre os rivais. Depois do encontro em Istambul entre as duas partes, na semana passada – quando ocorreram os primeiros contatos diretos entre representantes do país agressor e da Ucrânia em mais de três anos de guerra – ambos confirmaram o plano e entregaram aos adversários listas com mil nomes de detidos.

A conclusão do plano ocorreu poucas horas após intensos ataques de mísseis e drones russos na Ucrânia, que deixaram ao menos 12 mortos e levaram o presidente Volodimir Zelenski a apelar por mais sanções conta a Rússia por parte de aliados como Estados Unidos e Europa. Na noite anterior, muitas pessoas ficaram feridas devido a outra forte ofensiva aérea russa.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, escreveu em sua conta no Telegram que "303 defensores ucranianos estão em casa", especificando que os libertados são soldados do exército ucraniano, membros da Guarda Nacional e dos serviços de fronteira. "A terceira parte da troca de mil por mil acordada na Turquia foi concluída."

No sábado, 307 prisioneiros foram libertados, e outros 390 na sexta, incluindo civis ucranianos. "Obrigado à equipe que trabalhou incansavelmente para implementar isso com sucesso", concluiu Zelenski.

Russos libertados e possível acordo

A operação foi confirmada pela Rússia. O Ministério da Defesa russo informou, por meio de nota, que, "de acordo com os acordos russo-ucranianos concluídos em Istambul em 16 de maio, os lados russo e ucraniano realizaram entre 23 e 25 de maio uma troca seguindo o formato de mil pessoas (trocadas) por mil pessoas".

Os militares russos estão atualmente no território de Belarus, onde receberão assistência psicológica e médica necessária, acrescenta a nota.

Todos os militares libertados serão transferidos para a Rússia para tratamento médico e de reabilitação em hospitais do Ministério da Defesa.

De acordo com o Ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, Moscou estaria pronta para apresentar à Ucrânia um rascunho de proposta para um acordo de paz de longo prazo, assim que a troca fosse concluída.

sf (AP, Reuters, ots)