A Ucrânia afirmou neste domingo (24) ter atacado dois navios militares russos na península anexada da Crimeia, após outra onda de bombardeios massivos contra Kiev e a região de Lviv, que não deixou vítimas.

As Forças Armadas ucranianas relataram ter atacado “com sucesso” os navios de desembarque russos “Yamal” e “Azov” durante um bombardeio contra o porto de Sebastopol, na península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.

Também relataram que atingiram um centro de comunicação e várias posições com infraestruturas da frota russa do mar Negro.

As autoridades instaladas por Moscou na Crimeia disseram que suas forças repeliram um grande ataque aéreo ucraniano na noite de sábado.

“Foi o ataque mais massivo dos últimos tempos”, disse o governador de Sebastopol, Mikhail Razvojaiev, relatando um morto e quatro feridos.

Imagens compartilhadas nas redes sociais mostraram uma grande explosão na cidade, gerando uma nuvem de fumaça preta, assim como o que pareciam ser defesas aéreas russas interceptando projéteis.

A Ucrânia afirma ter destruído cerca de um terço da frota russa do Mar Negro desde o início da guerra, geralmente em ataques noturnos com drones marítimos carregados de explosivos.

Imagens de satélite mostram que a Rússia deslocou grande parte da frota para leste, para o porto de Novorosiisk, devido à onda de ataques.

– “Objetivo de destruir Kiev” –

A capital da Ucrânia e a região de Lviv, no oeste, também sofreram bombardeios “maciços” russos na madrugada de domingo, que não causaram vítimas, informaram as autoridades.

A força aérea ucraniana informou que a Rússia lançou 29 mísseis de cruzeiro e 28 drones e que conseguiu derrubar 18 dos mísseis e 25 drones.

A Rússia intensificou significativamente o bombardeio na Ucrânia nos últimos dias em resposta a uma onda de ataques ucranianos nas suas regiões fronteiriças, e na sexta-feira lançou um grande ataque às infraestruturas energéticas.

As forças russas também retomaram os ataques a Kiev, os primeiros desde o início de fevereiro.

A Rússia “não desiste do seu objetivo de destruir Kiev a qualquer preço”, declarou Sergui Popko, chefe da administração militar de Kiev, no Telegram.

O governador da região de Lviv, Maksim Kozitski, relatou ataques com mísseis no distrito de Stryi, ao sul da cidade de Lviv.

As autoridades relataram alguns danos após a onda de bombardeios, mas nenhuma vítima foi informada.

O Ministério da Defesa russo declarou neste domingo que lançou um “ataque coletivo” contra alvos militares e energéticos ucranianos durante a noite.

“Todos os alvos do ataque foram atingidos”, declarou, alegando ter atingido fábricas de armas.

– Polônia denuncia um míssil russo em seu espaço aéreo –

Na Polônia, o comando operacional das forças armadas (RSZ) indicou que à noite “foi observada intensa atividade de aeronaves de longo alcance procedentes da Federação Russa”.

“Todos os procedimentos necessários foram ativados para garantir a segurança do espaço aéreo polonês e a RSZ está constantemente monitorando a situação”, afirmou em um comunicado.

Posteriormente, o Exército polonês indicou que durante cerca de quarenta segundos, “o espaço aéreo polonês foi violado por um dos mísseis de cruzeiro lançados esta noite pela aviação (…) da Federação Russa”.

“O objeto voou para o espaço polonês perto da aldeia de Oserdow [leste] e lá permaneceu durante 39 segundos”, acrescentou, sublinhando que o míssil foi observado por radares militares durante todo o voo.

A Polônia, que é membro da Otan, disse que pedirá explicações a Moscou sobre o incidente, disse o Ministério das Relações Exteriores.

Em dezembro houve outro incidente semelhante, quando um míssil russo entrou no espaço aéreo polonês e saiu poucos minutos depois, rumo à Ucrânia.

A Polônia tem sido um aliado importante da Ucrânia desde que a Rússia lançou uma invasão contra esta ex-república soviética em fevereiro de 2022.

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