Ucrânia diz aos EUA que não deixará Rússia definir tamanho do seu Exército

Vladimir Putin incluiu restrição das Forças Armadas ucranianas em negociações para encerrar guerra entre as duas nações

AP/Yevhen Titov
Bombeiros apagam incêndio após ataque de drone russo em Kharkiv, Ucrânia Foto: AP/Yevhen Titov

A Ucrânia disse aos Estados Unidos que aceitar restrições ao tamanho de suas Forças Armadas ou à prontidão geral de seus militares seria uma linha vermelha nas negociações por paz no conflito com a Rússia, conforme uma autoridade ucraniana revelou à Reuters.

Como a IstoÉ explicou, o governo americano sob Donald Trump concentra esforços pelo encerramento da guerra e cumprimento de uma promessa de campanha do republicano.

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O presidente russo, Vladimir Putin, disse que deseja que o tamanho do Exército da Ucrânia seja limitado. Ele também disse que Kiev deve desistir de suas ambições de se juntar à aliança militar ocidental Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e que Moscou deve controlar a totalidade de quatro regiões ucranianas que ela reivindica como suas.

Essa é uma posição de princípio da Ucrânia — ninguém, e certamente não o país agressor, a Rússia, ditará à Ucrânia que tipo de Forças Armadas a Ucrânia deve ter“, disse Pavlo Palisa, vice-chefe do gabinete do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, à Reuters em uma entrevista.

Palisa fez parte da delegação ucraniana que se reuniu com autoridades norte-americanas para conversações na Arábia Saudita no mês passado. Um Exército ucraniano bem preparado seria a melhor garantia de segurança de Kiev contra novos ataques russos se e quando um cessar-fogo ou acordo de paz for alcançado, disse ele.

“Posso imaginar o que está guiando a Federação Russa: talvez eles queiram se preparar para facilitar as coisas para eles mesmos no futuro, mas não. Nossa tarefa é aprender bem as lições do passado”, acrescentou.

Durante uma primeira reunião com autoridades norte-americanas na Arábia Saudita, a Ucrânia concordou com um cessar-fogo incondicional de 30 dias proposto pelos EUA, e após isso Washington retomou a ajuda militar e o compartilhamento de informações com Kiev após uma breve pausa.

Mas a Rússia disse que condições cruciais precisavam ser resolvidas antes que um cessar-fogo possa ser alcançado. Os lados concordaram separadamente em interromper os ataques às instalações de energia um do outro, mas desde então têm se acusado mutuamente de desrespeitar os acordos.