A Ucrânia disse aos Estados Unidos que aceitar restrições ao tamanho de suas Forças Armadas ou à prontidão geral de seus militares seria uma linha vermelha nas negociações por paz no conflito com a Rússia, conforme uma autoridade ucraniana revelou à Reuters.
Como a IstoÉ explicou, o governo americano sob Donald Trump concentra esforços pelo encerramento da guerra e cumprimento de uma promessa de campanha do republicano.
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O presidente russo, Vladimir Putin, disse que deseja que o tamanho do Exército da Ucrânia seja limitado. Ele também disse que Kiev deve desistir de suas ambições de se juntar à aliança militar ocidental Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e que Moscou deve controlar a totalidade de quatro regiões ucranianas que ela reivindica como suas.
“Essa é uma posição de princípio da Ucrânia — ninguém, e certamente não o país agressor, a Rússia, ditará à Ucrânia que tipo de Forças Armadas a Ucrânia deve ter“, disse Pavlo Palisa, vice-chefe do gabinete do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, à Reuters em uma entrevista.
Palisa fez parte da delegação ucraniana que se reuniu com autoridades norte-americanas para conversações na Arábia Saudita no mês passado. Um Exército ucraniano bem preparado seria a melhor garantia de segurança de Kiev contra novos ataques russos se e quando um cessar-fogo ou acordo de paz for alcançado, disse ele.
“Posso imaginar o que está guiando a Federação Russa: talvez eles queiram se preparar para facilitar as coisas para eles mesmos no futuro, mas não. Nossa tarefa é aprender bem as lições do passado”, acrescentou.
Durante uma primeira reunião com autoridades norte-americanas na Arábia Saudita, a Ucrânia concordou com um cessar-fogo incondicional de 30 dias proposto pelos EUA, e após isso Washington retomou a ajuda militar e o compartilhamento de informações com Kiev após uma breve pausa.
Mas a Rússia disse que condições cruciais precisavam ser resolvidas antes que um cessar-fogo possa ser alcançado. Os lados concordaram separadamente em interromper os ataques às instalações de energia um do outro, mas desde então têm se acusado mutuamente de desrespeitar os acordos.