O governo da Ucrânia convidou nesta segunda-feira (16) a ONU e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) a visitar a área da região russa de Kursk ocupada pelas forças de Kiev, uma proposta que o Kremlin chamou de “provocação pura”.

“A Ucrânia está disposta a facilitar seu trabalho e demonstrar a adesão ao direito internacional humanitário”, anunciou o chefe da diplomacia ucraniana, Andrii Sibiga, nas redes sociais.

A Rússia, que ocupa cinco regiões ucranianas e reivindica a anexação, denunciou o convite e fez um apelo para que a ONU e o CICV não aceitem a oferta.

O porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, descreveu o convite como “provocação pura” e disse esperar que “não seja levado em consideração”.

Depois de meses de recuo diante do avanço das tropas russas, a Ucrânia iniciou no dia 6 de agosto uma grande incursão na região de Kursk, onde afirma controlar dezenas de cidades.

Kiev quer mostrar que suas tropas respeitam o direito humanitário, não maltratam os civis russos nem cometem crimes de guerra, ao contrário do Exército russo, acusado de ter cometido atrocidades em território ucraniano.

“Desde o primeiro dia da operação em Kursk, as forças de defesa ucranianas demonstraram total respeito pelo direito humanitário internacional e garantiram ajuda humanitária e a passagem segura de civis”, afirmou Sibiga.

Moscou anunciou que quase 150 mil civis fugiram de Kursk devido à ofensiva ucraniana.

O Exército russo lançou uma contraofensiva em Kursk. Nesta segunda-feira, Moscou reivindicou a reconquista de duas localidades – Uspenovka e Borki – e na quinta-feira passada anunciou a tomada de 10 cidades dos ucranianos.

A presidente do CICV, Mirjana Spoljaric, está em Moscou para uma visita que inclui um encontro, na terça-feira, com o chanceler russo, Serguei Lavrov.

A viagem acontece poucos dias após a morte de três funcionários ucranianos da organização em um ataque na região de Donetsk, leste da Ucrânia.

As vítimas se preparavam para distribuir ajuda em uma localidade controlada pela Ucrânia perto da linha de frente, quando seus veículos foram atingidos por tiros, segundo o CICV.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, atribuiu o ataque ao Exército russo e o chamou de “novo crime de guerra” cometido por Moscou.

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