Ucrânia aponta ‘progresso significativo’ nas negociações sobre minerais com EUA

A Ucrânia indicou, nesta quarta-feira (16), que houve progresso nas longas e tensas negociações com os Estados Unidos sobre um acordo relacionado aos minerais estratégicos ucranianos, com o objetivo de garantir maior apoio de Washington a Kiev.

Kiev e Washington planejavam assinar um acordo sobre a exploração de minerais estratégicos ucranianos, mas uma discussão entre o presidente americano, Donald Trump, e seu homólogo ucraniano, Volodimir Zelensky, na Casa Branca, atrapalhou temporariamente o processo.

Em sua mensagem diária nas redes sociais, Zelensky disse que as negociações “progridem bem”.

“Os aspectos jurídicos fundamentais estão quase concluídos e, se tudo for tão rápido e de forma construtiva, o acordo aportará resultados econômicos para nossos dois países”, acrescentou.

A ministra ucraniana da Economia, Yulia Svyrydenko, informou, por sua vez, que “nossas equipes técnicas trabalharam exaustivamente juntas no acordo e há um progresso significativo”.

A parte ucraniana “ajustou vários pontos dentro do rascunho do acordo”, disse ela, acrescentando os dois lados assinariam em breve um “memorando de intenções”.

O Parlamento ucraniano votará sobre qualquer acordo final, acrescentou.

“Isso criará oportunidades de investimento e desenvolvimento na Ucrânia e abrirá caminho para um crescimento econômico tangível tanto para a Ucrânia, quanto para os Estados Unidos”, disse Svyrydenko.

Um alto funcionário próximo às discussões declarou anteriormente que as negociações estavam avançando “muito rapidamente”.

Trump quer que o acordo – projetado para dar aos Estados Unidos royalties sobre os lucros da mineração ucraniana de recursos de terras raras e minerais – sirva como compensação pela ajuda militar e econômica fornecida a Kiev pelo seu antecessor, Joe Biden, desde o início da invasão russa da ex-república soviética, três anos atrás.

O alto funcionário disse à AFP que os novos rascunhos do acordo pareciam não reconhecer a ajuda dos EUA como uma dívida da Ucrânia.

Esta avaliação repercutiu uma reportagem anterior da Bloomberg News, segundo a qual Washington havia abrandado sua exigência de que Kiev devolvesse a ajuda entregue desde o início do conflito no início de 2022.

O secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, disse na segunda-feira, na Argentina, que o acordo poderia ser assinado “esta semana”.

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