Tyson Fury é o novo campeão mundial dos pesos pesados, versão Conselho Mundial de Boxe (CMB). O britânico derrotou, na noite de sábado, o norte-americano Deontay Wilder por nocaute técnico no sétimo assalto, no ringue do MGM Hotel, em Las Vegas, nos Estados Unidos.
Mark Breland, um dos técnicos de Wilder, jogou a toalha quando o boxeador sofria intenso ataque de Fury. Jay Deas, o outro treinador do norte-americano, não concordou com esta atitude. Desde o segundo assalto, o boxeador dos Estados Unidos sangrou muito pelo ouvido esquerdo. Na papeleta dos jurados, Fury vencia de forma unânime: 59 a 52 (duas vezes) e 58 a 53.
Com a vitória de Fury, a expectativa é de que aconteça ainda este ano uma unificação de título contra o também britânico Anthony Joshua, dono dos cinturões da Associação Mundial, Federação Internacional e Organização Mundial de Boxe.
Mas Shelly Finkel, co-manager de Wilder, afirmou na entrevista coletiva logo após a luta que vai exigir o cumprimento da cláusula do contrato que prevê uma terceira luta entre os boxeadores.
Fury, de 31 anos, se mantém invicto, agora com 30 vitórias (21 nocautes) e um empate, exatamente para Wilder em 1.º de dezembro de 2018. O norte-americano, de 34 anos, perdeu pela primeira vez após 42 vitórias (41 nocautes) e um empate. Cada um ficou com uma bolsa de US$ 25 milhões (quase R$ 110 milhões).
Um público de 15.816 espectadores proporcionou uma arrecadação nas bilheterias de US$ 16.916.440,00, (pouco mais de R$ 74 milhões) batendo o recorde do boxe em Nevada, que pertencia a Lennox Lewis x Evander Holyfield, de 1999.
O evento foi espetacular desde o início. O público, que superlotou o ginásio, recepcionou cerca de 20 campeões mundiais que estavam presentes, com destaque para Mike Tyson (o mais aplaudido), Evander Holyfield e Lennox Lewis, presenteados com uma medalha pelo presidente do CMB, Mauricio Sulaiman.
Várias celebridades também estiveram presentes como o ator Leonardo Di Caprio, o quarterback do Kansas City Chiefs, Patrick Mahomes, e o ex-jogador de basquete Magic Johnson.
A entrada dos pugilistas foi épica. Fury se dirigiu ao ringue em um trono e usando coroa, enquanto que Wilder se vestiu com uma armadura, que custou US$ 60 mil (R$ 263 mil).
Nesta atmosfera impressionante, a luta não demorou para esquentar. Os lutadores adotaram uma postura ofensiva desde o primeiro assalto, trocando golpes na média distância. Wilder não economizou seu fortíssimo direto de direita, enquanto que Fury demonstrou precisão no jab de esquerda.
No segundo assalto, Fury começou a variar muito seu modo de lutar e surpreendeu o rival no contra-ataque, mas foi no terceiro assalto que a maioria britânica do público explodiu com a primeira queda de Wilder.
Fury fez muito bem a combinação jab de esquerda e direto de direita, que acertou em cheio a orelha esquerda de Wilder, que nunca mais teve equilíbrio nas pernas durante o combate. No quarto assalto, com amplo domínio da luta, Fury passou a concentrar seus golpes na linha de cintura do campeão, que acusou visivelmente.
Nova queda de Wilder no quinto round, com uma esquerda muito bem colocada por Fury na linha de cintura. Na ânsia de vencer o combate, o britânico aplicou um upper quando o juiz separava os lutadores, o que lhe custou um ponto.
O sexto round foi o mais violento. Disputado na curta distância. Fury, apesar dos 123 quilos de peso, mostrou-se muito rápido e com os reflexos em dia. Wilder só tinha o direto de direita, que não achou a cabeça do inglês.
Com os dois aparentando cansaço, o sétimo assalto foi decidido com 1min39s, após um ataque de Fury, que fez o córner de Wilder jogar a toalha.
Ainda no ringue, Fury elogiou o adversário. “Ele é um guerreiro e vai ser campeão de novo”. E ainda teve fôlego para, mais uma vez, cantar com o público, o que já se tornou uma marca registrada em seus combates. “O rei voltou e está no ponto mais alto do trono”.