O Twitter publicou em sua plataforma nesta quarta-feira (17) dados de 10 milhões de tuítes, principalmente originários da Rússia, que procuravam interferir nos Estados Unidos e que remontam a 2009.

A empresa, com sede na Califórnia, informou ter publicado dados detalhados sobre os esforços de desinformação para permitir que os pesquisadores obtenham mais informações sobre essas campanhas para divulgar informações falsas.

“Em linha com nossos sólidos princípios de transparência e com o objetivo de melhorar a compreensão da influência estrangeira e campanhas de informação, estamos divulgando os arquivos completos dos tuítes e meios que estão ligados a essas duas operações em nosso serviço”, declararam a chefe de segurança do Twitter, Vijaya Gadde, e o chefe de integridade do site, Yoel Roth.

“Estamos disponibilizando esses dados com o objetivo de incentivar a investigação aberta e o estudo desses comportamentos para pesquisadores e acadêmicos de todo o mundo”, acrescentaram.

No ano passado, o Twitter proibiu algumas contas registradas na Rússia acusadas de desinformação durante a campanha eleitoral de 2016 nos Estados Unidos, e este ano reconheceu que centenas de contas da Rússia e do Irã estavam envolvidas em esforços de manipulação.

O Facebook descobriu tentativas semelhantes e intensificou seus esforços para conter a influência estrangeira.

No comunicado desta quarta, o Twitter explicou que as tentativas de campanha de desinformação vieram de 3.841 contas originadas na Rússia e de 770 no Irã.

Incluíram mais de 10 milhões de tuítes e mais de dois milhões de imagens e vídeos desde 2009.

“Está claro que as operações de informação e o comportamento coordenado não cessarão”, disse o Twitter.

“Essas táticas existem há muito mais tempo do que o Twitter. Se adaptam e mudam à medida que o terreno geopolítico evolui em todo o mundo e novas tecnologias emergem e, da nossa parte, estamos comprometidos em entender como os atores de má fé usam nossos serviços”, ressaltaram.

Pesquisadores do Atlantic Council, que tiveram acesso antecipado para analisar os dados do Twitter, buscaram as campanhas de influência para explorar as vulnerabilidades em um eleitorado polarizado.