A votação no Bundestag (Parlamento da Alemanha) sobre uma resolução que reconhece o genocídio armênio, que a Turquia nega de maneira categórica, será um teste para a amizade entre Ancara e Berlim, afirmou o primeiro-ministro turco, poucas horas antes da sessão.
“O texto não quer dizer nada para nós (…) e representará um verdadeiro teste de amizade para os dois países”, afirmou Binali Yildirim.
Os 630 deputados do Bundestag, a Câmara Baixa do Parlamento alemão, devem votar nesta quinta-feira sobre uma resolução parlamentar com o título “Recordação e memória do genocídio dos armênios e de outras minorias cristãs há 101 anos”, apresentada pelas bancadas parlamentares da maioria – os conservadores da CDU/CSU e o SPD – e pelos Verdes (oposição).
O projeto tem grandes possibilidades de ser aprovado.
O texto “deplora os atos cometidos pelo governo dos Jovens Turcos da época, que levou ao extermínio quase total dos armênios”.
Quando resoluções similares foram aprovadas em outros países, a Turquia reagiu com a convocação para consultas de seus embaixadores.
Os armênios consideram que 1,5 milhão de pessoas foram assassinadas de maneira sistemática ao final do Império otomano.
Muitos historiadores e mais de 20 países, entre eles França, Itália e Rússia, reconhecem o genocídio dos armênios.
A Turquia afirma que o que aconteceu foi uma guerra civil, ao que se adicionou a fome, na qual morreram de 300.000 a 500.000 armênios e outros tantos turcos quando as forças otomanas e a Rússia disputavam o controle de Anatolia.
BA/fp