O governo da Turquia reduziu nesta terça-feira suas projeções de crescimento econômico para este ano e o seguinte. As atualizações mostram o impacto do fracassado golpe militar de julho e da insegurança geral no setor de turismo e na economia em geral do país.

O governo cortou a projeção para 2016 de 4,5% para 3,2% e a do próximo ano de 5% para 4,4%, afirmou o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, em entrevista coletiva em Ancara. Em uma atualização para o programa econômico de Ancara no médio prazo, Yildirim disse que a economia do país deve crescer 5% a cada ano em 2018 e 2019. “Nós impulsionaremos o crescimento econômico entre 2017 e 2019”, apontou.

Os fundamentos econômicos do país são fortes, com o governo concentrado em garantir a estabilidade política e econômica de médio prazo e desaceleração inflacionária, disse o premiê.

O governo estimou que a inflação neste ano fique em 7,5%, para desacelerar para 6,5% em 2017. A inflação anual deve desacelerar para 5% até 2019, segundo Yildirim. O índice de preços ao consumidor desacelerou para 7,28% em setembro, de 8,05% em agosto, graças aos preços mais baixos dos alimentos.

A declaração de Ancara de confiança na economia no prazo mais longo é dada um dia após o governo ampliar seus poderes emergenciais por mais três meses, diante da ameaça do terrorismo após o fracassado golpe de 15 de julho. Os poderes permitem que o regime governe por decreto, prolongue períodos de detenção, feche meios de comunicação e mantenha sua ofensiva que já resultou no afastamento de milhares de pessoas de seus postos de trabalho, por suposta participação no golpe.

Na arena econômica, Yildirim disse que o governo manterá a disciplina fiscal e previu déficit orçamentário de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano e de 1,6% do PIB em 2018. Ele se comprometeu a manter as reformas econômicas que iriam fomentar os investimentos e estimular o crescimento econômico.

O déficit em conta corrente da Turquia, que segundo dados oficiais recuou para US$ 28,9 bilhões em números anualizados em julho, está em cerca de 4% do PIB. O premiê disse que o déficit atingiria 4,2% do PIB no fim de 2017, diminuiria para 3,9% do PIB em 2018 e para 3,5% até 2019. Fonte: Dow Jones Newswires.