A Turquia deportou um membro americano do grupo Estado Islâmico (EI) nesta segunda-feira e planeja expulsar outros 24 jihadistas estrangeiros, incluindo 11 franceses e 10 alemães nos próximos dias, conforme anunciado por seu governo na semana passada.
“Um terrorista estrangeiro, americano, foi deportado da Turquia”, disse um porta-voz do Ministério do Interior, Ismail Catakli, sem especificar para que país foi expulso.
Segundo ele, outros dois jihadistas, um alemão e um dinamarquês, deven também ser deportados nesta segunda.
“Outros sete terroristas estrangeiros, de origem alemã, serão deportados na quinta-feira”, acrescentou o porta-voz, em declarações publicadas pela agência de imprensa pública Anadolu.
“Também estão em curso os trâmites para a expulsão de onze combatentes de origem francesa, dois alemães e dois irlandeses”, informou ainda.
“Os 11 franceses são principalmente mulheres”, disse à AFP uma fonte próxima ao caso, acrescentando que serão apresentados a um juiz na chegada à França.
Em Paris, o Ministério das Relações Exteriores lembrou que os jihadistas e suas famílias são regularmente devolvidos pela Turquia e detidos quando saem do avião, segundo um acordo de 2014.
“Na maioria das vezes, em segredo, as informações não são divulgadas ou são muito depois”, disse o ministério.
Em Berlim, o governo alemão confirmou que a Turquia deportou um alemão nesta segunda-feira, outros sete serão enviados na quinta-feira e dois na sexta-feira. Seriam 3 homens, 5 mulheres e dois filhos.
O ministro das Relações Exteriores da Alemanha disse que “ainda não está confirmado que esses são combatentes do EI”.
O presidente turco Recep Tayyip Erdogan disse na semana passada que mais de 1.150 membros do EI estão atualmente nas prisões turcas e que suas tropas capturaram 287 jihadistas que escaparam dos centros de detenção turcos, aproveitando o caos causado pela ofensiva militar turca no norte da Síria em outubro.
A Turquia lançou uma ofensiva no nordeste da Síria no mês passado contra uma milícia curda qualificada como “terrorista”, mas que apoiou os países ocidentais em sua luta contra o EI.
A ofensiva foi interrompida após a assinatura de acordos com os Estados Unidos e a Rússia.
A Turquia pede regularmente aos países europeus que se encarreguem de seus cidadãos que aderiram ao EI e estão presos na Síria ou na Turquia, mas se chocam com a relutância, principalmente europeia, por razões de segurança.
“Não os manteremos no país até o fim dos tempos … Vamos mantê-los sob custódia por um tempo. Depois, os enviaremos de volta para seus países”, alertou Soylu há alguns dias.
“Não somos um hotel dos membros do Daesh” (sigla em árabe para designar o Estado Islâmico), insistiu.
Além disso, o ministro turco acusou vários países europeus, como a Holanda e o Reino Unido, de privar alguns de seus cidadãos de sua nacionalidade para impedir que Ancara os expulsasse.
“Eles encontraram uma solução fácil … Eles dizem: ‘Tiramos a nacionalidade deles, não é problema nosso’. Isso é inaceitável do nosso ponto de vista. É totalmente irresponsável”, explicou Soylu.
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