Entrou em zona de turbulência no País a regra mais antipopular do novo marco regulatório da aviação civil: a cobrança por bagagem despachada. Até a tarde da sexta-feira 17, por decisão liminar da Justiça Federal, continuavam vigorando as normas há tempo estabelecidas: não se paga nada em voos domésticos por uma mala de até 23 quilos (não pagar é força de expressão, porque o preço está embutido no valor da passagem), e em voos internacionais está isento de despesa extra o limite de duas malas com 32 quilos. A determinação da Justiça atendeu pedido de órgãos de defesa do consumidor: eles consideram que as empresas, com a cobrança de taxas adicionais (algumas chegando a R$ 80), estão lesando quem viaja. Tentando reverter essa situação, também a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) foi aos tribunais. O que está em jogo, na verdade, é a tentativa das companhias de não verem se repetir em 2017 a queda de seus ganhos que, no ano passado, chegou a 6%. Há, portanto, uma lógica financeira em tudo isso, mas também não é justo que o consumidor carregue a crise do setor aéreo. Embora as empresas tenham acenado com redução no preço das passagens, nada ficou claramente estabelecido sobre isso. Assim, viveu essa turbulência quem viajou de avião na semana passada.

“O Brasil reconquistou a credibilidade internacional”. Com essa frase o presidente Michel Temer comemorou na quinta-feira 16 o resultado do leilão dos aeroportos de Fortaleza, Salvador, Florianópolis e Porto Alegre. O leilão renderá ao País R$ 3,72 bilhões ao longo do período de concessão (três décadas), com ágio de 25%. O grupo francês Vinci, o consórcio alemão Fraport e a empresa suíça Zurich ficaram com as concessões dos quatro aeroportos leiloados. Não houve interesse de nenhum grupo brasileiro.

ECONOMIA
O Brasil melhora, diz Moody’s

Segundo a agência de classificação de risco Moody’s, a economia brasileira deve crescer em 2017 entre 0,5% e 1%. Com isso, a agência subiu a perspectiva de nota de crédito do Brasil: passou de negativa para estável. Por que a notícia é boa: ainda que a curto prazo o atual rating do País continue inalterado, não corre mais o perigo de novos cortes.

BRASÍLIA
Ele quer esvaziar a Lava Jato

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Com o petista Wadih Damous na Câmara dos Deputados, ninguém precisa de advogado. Ele propõe a extinção de processos e procedimentos criminas que não forem concluídos em um ano. Os colegas de Damous envolvidos na Lava Jato seriam todos beneficiados. Aliás, não haveria sequer um larápio de galinha correndo risco de ir para a cadeia. Facções criminosas também torcem para que o projeto seja aprovado. Aos brasileiros de bem só resta se benzer e rezar. E a vida segue.

1.000
venezuelanos pediram refúgio à Polícia Federal de Roraima nos primeiros dois meses de 2017. Tal número corresponde, em média, a 16 solicitações diárias. Segundo a PF e o governo, já existem outros 5.000 pedidos agendados.

TERRORISMO
Atentados passam a mirar instituições financeiras
A sede em Paris do FMI sofreu um atentado terrorista na quinta-feira 16 – foi por meio de carta-bomba, uma funcionária feriu-se e tudo apontava, nas primeiras horas, ter sido praticado pelo grupo grego Conspiração das Células de Fogo. No dia anterior, a mesma organização reivindicou o atentado contra o Ministério das Finanças em Berlim, e, há três semanas, o Banco Mundial viu-se ameaçado. Fica evidente que o terror “subiu” alguns patamares em seus alvos e agora mira instituições financeiras. É igualmente condenável a ação contra casas de shows ou entidades de relevância global. A diferença é que o terrorismo trocou pontos aleatórios por locais que envolvem a economia do planeta.

ABSURDO
PCC pede proteção à polícia

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Gegê do Mangue, o número três do PCC, foi solto pela Justiça às vésperas de seu júri – e, claro, fugiu. Com toda a polícia do País em seu encalço, eis que ele decidiu pedir proteção para a própria polícia, alegando que tem receio de ser vítima de pessoas que chamou de “maus agentes”. Não conseguiu porque nem ele nem seus familiares, que ele afirma querer proteger, estão no programa de proteção á testemunha. Só rindo!

COMPORTAMENTO
Uma feminista muito radical

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A deputada democrata Jessica Farrar desatinou. Para combater os que são contra o aborto no Texas, ela propõe uma lei que “multe a masturbação masculina”. Valor: US$ 100. Jessica se enrolou toda quando um colega lhe fez a pergunta óbvia: quem vai fazer a checagem se os homens estão ou não entregando-se ao onanismo?

ECOLOGIA
O País enfrenta a polêmica da caça

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Tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei que propõe permissão para a caça de animais silvestres – proibida no País desde 1967. Na semana passada a polêmica estourou. Segundo o projeto, esses animais estão deixando seu habitat e colocam em risco a vida humana. Mais: destroem a agropecuária. Para ambientalistas em geral, contrários à proposta, se tais animais estão deixando a mata e invadem cidades é porque buscam alimentos, uma vez que o próprio homem os expulsa da natureza por meio do desmatamento. Nada justificaria, assim, a caça de espécies que já estão até sob risco de extinção.

ESPORTE
O Boa ama Bruno

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Sobra dinheiro no clube da segunda divisão Boa Esporte, da cidade mineira de Varginha. Para ter o goleiro Bruno, assassino de Eliza Samudio, o Boa Esporte nem se abalou em perder os seus cinco patrocinadores, que saíram de campo diante da indignação dos torcedores que querem Bruno de volta à cadeia. De onde vem dinheiro para o Boa se manter talvez seja, no jargão do futebol, uma caixinha de surpresa.