Glória Maria, que faleceu nesta quinta-feira (02), aos 73 anos de idade, nos últimos quatro anos, a jornalista enfrentou problemas de saúde como câncer no pulmão, tumor no cérebro e metástases.
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Em 2019, Glória foi diagnosticada com o câncer pulmonar. O problema foi tratado pelos médicos por meio do procedimento de imunoterapia. A doença, no entanto, se espalhou pelo organismo e formou um tumor no cérebro. Ela, então, fez uma cirurgia, também bem-sucedida. Mas, precisou voltar a se tratar no ano passado, já que haviam sido constatadas metástases no cérebro.
Glória Maria não resistiu à continuidade das sessões de imunoterapia para combater essas metástases. “Em 2019, Glória foi diagnosticada com um câncer de pulmão, tratado com sucesso com imunoterapia. Sofreu metástase no cérebro, tratada em cirurgia, também com êxito inicialmente. Em meados do ano passado, Glória Maria começou uma nova fase do tratamento para combater novas metástases cerebrais que, infelizmente, deixou de fazer efeito nos últimos dias, e Glória morreu esta manhã”, diz comunicado da emissora.
A IstoÉ Gente procurou o Dr. Leonardo de Sousa Bernardes, Neurologista com especialização em Neuro-Oncologia do Hospital Albert Sabin, que explicou a possível causa da morte de Glória Maria. Confira!
O que é metástase ?
A metástase ocorre quando células cancerígenas se desprendem do local onde localiza-se a patologia e se espalham para a corrente sanguínea ou linfática.
“Quando ocorre a invasão de células tumorais no cérebro, secundária a um tumor existente a algum outro órgão. E, do ponto de vista estatístico, os tumores que mais frequentemente fazem metástases cerebrais são, câncer de pulmão- justamente o caso da Glória Maria, câncer de pele, especificamente o melanoma – que é o mais agressivo deles- câncer de mama, em mulheres também é frequente fazer metástase cerebral e câncer de rim, embora seja mais raro do que esses que eu mencionei, anteriormente, mas ele também faz bastante metástase cerebral”, começou o médico.
Por que isso ocorre ?
Isso ocorre porque, mais ou menos, trinta por cento dos pacientes que tem algum desses cânceres, possa evoluir com metástase cerebral. E isso depende de vários fatores, entre eles. o subtipo do paciente. Existe alguns subtipos histológicos que são mais propensos a ter metástase cerebral, dentre esses que eu mencionei. Quando isso ocorre, a metástase cerebral, a gente sabe que, infelizmente, já é um fator que piora o desfecho desse paciente. É um paciente mais grave, um paciente que vai ter uma sobrevida menor e, principalmente, vai ter sintomas secundários a essa metástase.
Metástase cerebral pode se formar através de uma lesão que a gente chama das meninges, que são as camadas que revertem o cérebro. Então, o paciente pode ter uma dor de cabeça nova, incapacitante, pode ter dificuldades para engolir, deglutir ou essas metástases podem se formar como umas lesões sólidas no cérebro.
Elas (metástases) podem ser única ou diversas. Se for uma lesão única, uma só, pelo menos macroscopicamente falando, que aparece na ressonância, tomografia, o tratamento de escolha é a ressecção cirúrgica, a cirurgia com neurocirurgião. Agora, a partir de aproximadamente quatro, cinco, a gente prefere fazer a cirurgia seguida de radioterapia. E quando ultrapassa de dez, aí é uma radioterapia que eles chamam de céfalo total, mas já com intuito paliativo.
Acima de dez metástases visíveis nesses exames, fica inviável fazer cirurgias para remover todas elas. E, quando eu já tenho diversas metástases, mais de dez, por exemplo, é muito provável que já tenha também metástases microscópicas espalhadas pelo cérebro que a gente acaba não enxergando na ressonância em um primeiro momento, mas se repetir a ressonância depois de alguns meses, acaba aparecendo.
As metástases podem recorrer, por mais que você faça a cirurgia ou faça radioterapia, elas podem voltar e voltar até mesmo mais agressivas. Então, tudo depende do controle do tumor primário, ou seja, o controle, no caso da Glória Maria, do tumor pulmonar dela.
Se o tumor não estava bem controlado, a chance de recorrer é muito grande, vale destacar também que as metástases são os tumores cerebrais mais comuns de todos, inclusive o mais comum que os gliomas- que são os tumor primários mais frequentes- e são doenças difíceis de tratar mesmo, ter que ficar fazendo uma vigilância regular do paciente com exames, examinando o paciente para checar se existe alguma possibilidade de uma nova metástase.
Como se prevenir da doença ?
As formas de prevenir o aparecimento da doença estão relacionadas a uma boa qualidade de vida, como alimentação saudável e à prática de exercícios físicos.