Quando o assunto é saúde, é quase comum que a preocupação odontológica seja uma das mais negligenciadas. Afinal, muitos associam as idas ao dentista como questão estética. No entanto, tal pensamento é equivocado e pode trazer grandes consequências a longo prazo.

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“A saúde bucal é um fator importante para a manutenção da saúde como um todo, tanto física quanto mental”, destaca Nina Ferreira, psiquiatra, especialista em terapia do esquema, neurociências e neuropsicologia. Dessa forma, todas as alterações bucais podem promover problemas de saúde sistêmicos — especialmente ao sistema cardiovascular (endocardite, aterosclerose e arritmias) e ao sistema gastrointestinal (má digestão dos alimentos, que se inicia na boca).

“Além de problemas na circulação sanguínea e na digestão dos alimentos e, consequentemente, na oxigenação e na nutrição adequadas do cérebro, essas alterações bucais causam prejuízos na autoestima, o que é um fator de risco para o adoecimento mental”, complementa.

Ainda conforme Nina, quando a saúde mental não vai bem, especialmente quando há transtornos de ansiedade e depressão, a saúde bucal também pode ser prejudicada, facilitando doenças e desgaste dos dentes, por exemplo. “Por todos esses fatores, a correlação bidirecional entre saúde bucal e saúde mental deve ser sempre levada em consideração ao se avaliar o estado de saúde global das pessoas”, pondera.

Como cuidar da saúde bucal

A especialista orienta manter as consultas odontológicas em dia (pelo menos uma vez ao ano), a fim de prevenir condições adversas e realizar manutenções necessárias. Afinal, “quanto mais cedo for detectado o problema, mais fácil de tratar com sucesso”, garante. Além disso, o monitoramento regular da saúde mental também é necessário — e deve ser realizado com profissionais da área.

Outro fator importante é manter a rotina de cuidados com a higiene bucal. “Esse ritual de hábitos em prol do bem-estar dental inclui a escovação dos dentes após as refeições, o uso diário do fio dental, a ingestão de alimentos balanceados, o uso de produtos com flúor e enxaguante bucal e troca do kit de escovação a cada três meses”, finaliza Adriana Ligia de Castilho, mestre em diagnóstico bucal e especialista em odontologia para pacientes com necessidades especiais e em estomatologia e Head de Operações e Responsável Técnica da Yappy São Paulo.