O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) formou maioria nesta sexta-feira, 22, para rejeitar o recurso do ex-presidente Jair Bolsonaro contra o julgamento que o deixou inelegĆvel por oito anos.
AtĆ© o momento, os ministros Benedito GonƧalves (relator), Alexandre de Moraes, CĆ”rmen LĆŗcia e AndrĆ© Ramos Tavares votaram para manter a decisĆ£o tomada em junho.
O julgamento estĆ” em curso no plenĆ”rio virtual do TSE. Nessa modalidade, os ministros nĆ£o se reĆŗnem para debater o processo. Os votos sĆ£o registrados em uma plataforma online.
Os advogados do ex-presidente alegaram no recurso que o TSE cerceou o direito de defesa e deixou de analisar questƵes levadas ao tribunal. Bolsonaro ainda pode recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas as chances de vitĆ³ria sĆ£o consideradas remotas.
O ex-presidente foi condenado por abuso de poder polĆtico e uso indevido dos meios de comunicaĆ§Ć£o na reuniĆ£o com embaixadores estrangeiros, em julho de 2022, no PalĆ”cio do Alvorada, em que atacou as urnas eletrĆ“nicas. Os ministros concluĆram que ele usou o cargo e a estrutura pĆŗblica para fazer campanha e incentivar ataques ao sistema eleitoral.
Declarado inelegĆvel pelo TSE, Bolsonaro fica impedido de participar das eleiƧƵes de 2024, 2026 e 2028, mas ainda terĆ” chance de participar do pleito de 2030, segundo especialistas em direito eleitoral ouvidos pelo EstadĆ£o. Isso porque o prazo da inelegibilidade tende a ser contado a partir da Ćŗltima eleiĆ§Ć£o disputada, ou seja, 2 de outubro de 2022. Como o primeiro turno da eleiĆ§Ć£o de 2030 estĆ” previsto para 6 de outubro, Bolsonaro jĆ” teria cumprido a puniĆ§Ć£o. Um eventual registro de candidatura, no entanto, depende do aval da JustiƧa Eleitoral.