O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, divulgou nota oficial na tarde deste sábado, 22, para repudiar a “covarde e abjeta agressão desferida contra a ministra Cármen Lúcia, ex-presidente do STF. O ministro anunciou que tomará “todas as providências institucionais necessárias para “combater a intolerância, a violência, o ódio, a discriminação e a misoginia, que são atentatórios à dignidade de todas as mulheres e inimigos da Democracia, que tem, historicamente, “em nossa ministra, uma de suas maiores e intransigentes defensoras”, diz Alexandre de Moraes.

A utilização de agressões machistas e misóginas feitas pelo ex-deputado Roberto Jefferson, presidente do PTB, em vídeo esquisofrênico gravado na tarde desta sexta-feira, no Rio de Janeiro, “demonstra a insignificante estatura moral e intelectual daqueles que, covardemente, se escondem no falso manto de uma inexistente e criminosa “liberdade de agressão”, que jamais se confundirá com o direito constitucional de liberdade de expressão que, no Brasil e nos países civilizados, não permite sua utilização como escudo protetivo para a prática de todo tipo de infrações penais”.

Segundo Alexandre de Moraes, “o exemplo de coragem, competência e honradez da ministra Cármen Lúcia permanecerá servindo de guia para o Tribunal Superior Eleitoral exercer, com respeito e serenidade, sua missão constitucional de defesa da Democracia e do sistema eleitoral”.Jefferson esteve preso até recentemente por ordem de Moraes, mas nos últimos dias concedeu a prisão domiciliar, sob a alegação de problemas de saúde. Esse cidadão, no entanto, deveria estar de volta à cadeia, como pregam vários juristas.

Nos bastidores do TSE, fala-se que o certo seria decretar uma nova prisão do político sem caráter algum, mas os ministros entenderam que uma prisão agora seria o ex-presidente do PTB se transformar em “mártir” e de uma forma ou de outra auxiliar na campanha da reeleição do presidente Jair Bolsonaro, aliado de primeira hora do petebista. Não é de se esperar, contudo, que ele fique impune por mais esse crime, que chega às raias da loucura de pregar violência sexual contra a ministra, inclusive o estupro. É preciso, pois, se aguardar uma decisão do Poder Judiciário.