O julgamento por difamação movido pela escritora E. Jean Carroll contra Donald Trump foi retomado nesta quinta-feira (25) com a presença do ex-presidente dos Estados Unidos, após suas vitórias nas primeiras votações das primárias para se tornar candidato presidencial nas eleições de novembro.

Após sua contundente vitória nos estados de Iowa e New Hampshire na corrida do Partido Republicano para retornar à Casa Branca, o magnata voltou à sala do tribunal presidido pelo juiz Lewis Kaplan no tribunal federal do sul de Manhattan.

A escritora e jornalista E. Jean Carroll, de 80 anos, exige do republicano 10 milhões de dólares (quase 50 milhões de reais) por difamação, após a publicação de um livro e um artigo em 2019, nos quais ela afirmava que Trump a havia estuprado em uma loja de departamentos em 1996.

Em maio passado, um júri considerou o magnata culpado por agressão sexual e difamação, condenando-o a pagar 5 milhões de dólares (quase 25 milhões de reais) à ex-colunista da revista Elle, decisão que está em fase de apelação.

Este segundo julgamento avalia declarações do então presidente dos Estados Unidos que a escritora considerou terem destruído sua reputação, motivo pelo qual ela busca indenização por danos morais.

Na época, o então presidente, que continua chamando Carroll de “louca”, afirmou que ela “não era o tipo dele” e que ela havia inventado o estupro para “vender seu novo livro” intitulado What Do We Need Men For?: A Modest Proposal (“Para que precisamos de homens? Uma proposta modesta”, em tradução literal).

O julgamento foi interrompido na segunda-feira devido aos sintomas compatíveis com a covid-19 de um membro do júri.

Na noite de quarta-feira, em sua plataforma Truth Social, Donald Trump lançou pelo menos 37 ataques contra sua denunciante. O magnata repete que “nunca a viu na vida”, apesar de a defesa de Carroll ter apresentado uma foto no julgamento em que ambos aparecem sorrindo, com seus respectivos parceiros da época.

Este é um dos vários obstáculos judiciais que aguardam o ex-presidente, que os considera uma “caça às bruxas” para obstruir seu desejado retorno à Casa Branca.

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