Trump volta a pedir redução das taxas de juros ao presidente do Fed

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a exigir uma redução nas taxas de juros ao presidente do Federal Reserve (Fed, banco central), Jerome Powell, que comparece nesta terça-feira ao Congresso.

Na semana passada, o banco central americano decidiu pela quarta reunião consecutiva manter as taxas de juros, o que irritou o presidente republicano, que critica Powell com frequência.

“Jerome Powell ‘Tarde Demais’, do Fed, estará no Congresso hoje para explicar, entre outras coisas, por que se recusa a reduzir as taxas”, escreveu Trump em uma mensagem em sua rede Truth Social.

“A Europa teve dez reduções. Nós ZERO. Sem inflação, uma economia magnífica. Devíamos estar pelo menos dois ou três pontos abaixo”, considerou o presidente americano.

Desta forma, defendeu, os Estados Unidos economizariam “mais de 800 bilhões de dólares anuais”.

Trump intensificou os ataques contra Powell nos últimos meses. Nesta terça-feira, ele chamou Powell de “burro” e “teimoso” e afirmou que o país pagará “por sua incompetência por vários anos”.

Nesta terça-feira, Powell apresentará ao Comitê de Serviços Financeiros do Congresso o relatório semestral de política monetária do Fed.

Na reunião do comitê de política monetária deste mês, o Fed manteve as taxas principais entre 4,25% e 4,50%, os níveis estabelecidos em dezembro de 2024.

Powell justificou a decisão com base na previsão de mais inflação e menor crescimento este ano e argumentou que precisavam esperar para compreender os efeitos na economia da guerra tarifária iniciada por Trump.

Desde seu retorno à Casa Branca, o republicano impôs tarifas de 10% a quase todos os parceiros comerciais de Washington, além de tarifas setoriais às importações americanas de aço, alumínio e veículos.

As tarifas dificultam o trabalho do Fed. Normalmente, os bancos centrais costumam elevar as taxas de juros para conter a inflação, mas as reduzem quando o crescimento desacelera.

Os economistas consideram, no entanto, que a ofensiva tarifária de Trump pode alimentar a inflação e prejudicar o crescimento ao mesmo tempo.

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