O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu novamente o ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), em sua rede social, a Truth Social.
+Como defesa de Trump a Bolsonaro reanima atuação contra Moraes
Na noite desta terça-feira, 8, Trump pediu o fim do que chamou de perseguição contra Bolsonaro e reforçou que acompanha o caso de perto.
Na mensagem, escrita em letras maiúsculas, o norte-americano publicou: “Deixem o grande ex-presidente do Brasil em paz. CAÇA ÀS BRUXAS!!!”.
A declaração veio junto ao repost de um conteúdo feito por ele próprio na segunda-feira, 7, quando também havia criticado as ações judiciais envolvendo Bolsonaro.
Trump comparou a situação enfrentada por Bolsonaro no Brasil a episódios que ele próprio diz ter vivido nos Estados Unidos. Ele afirmou que o único julgamento legítimo seria o das urnas, e não dos tribunais.
“O grande povo do Brasil não vai tolerar o que estão fazendo com seu ex-presidente. Estarei acompanhando muito de perto a caça às bruxas contra Jair Bolsonaro, sua família e milhares de seus apoiadores. O único julgamento que deveria estar acontecendo é o julgamento pelo voto do povo brasileiro. Isso se chama eleição. Deixem Bolsonaro em paz”, disse o presidente americano na primeira mensagem.
As manifestações do republicano ocorrem em meio à movimentação de grupos ligados ao ex-presidente brasileiro que pressionam Washington a impor sanções ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Na segunda-feira, 7, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu às falas de Trump.
Por meio de nota, declarou que a condução da democracia brasileira é responsabilidade exclusiva do país e que o Brasil não aceita interferências externas.
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), também se pronunciou, reforçando que o andamento dos processos judiciais cabe às instituições brasileiras.
Bolsonaro, que foi declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral em 2023, também responde a uma ação penal no STF por suposta participação em tentativa de golpe após as eleições de 2022. Ele é acusado de crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. Caso condenado, a pena pode ultrapassar três décadas de prisão.
Críticas de Trump não são novidade
As críticas de Trump acerca do judiciário brasileiro não são recentes.
Desde a campanha presidencial brasileira de 2018, Bolsonaro e Trump mantêm boa relação e trocaram declarações públicas de apoio.
Em maio deste ano, Bolsonaro se reuniu com Ricardo Pita, conselheiro sênior do Departamento de Estado dos EUA para o Hemisfério Ocidental, e disse que o atual presidente dos EUA acompanha de perto a situação política no Brasil, incluindo os processos em andamento no STF.
Mesmo diante da repercussão internacional, integrantes do Supremo afirmam que as manifestações vindas de Trump e dos Estados Unidos não terão qualquer impacto sobre o andamento dos julgamentos. A expectativa é que os processos envolvendo Bolsonaro sejam analisados entre agosto e setembro.