14/07/2024 - 9:03
O ex-presidente americano e candidato a assumir a Casa Branca Donald Trump sofreu um atentado a tiros no final da tarde de sábado, 13, durante um comício no estado da Pensilvânia, região nordeste dos Estados Unidos.
Trump foi retirado às pressas do palco por agentes do Serviço Secreto.
Veja momento no vídeo:
BREAKING: Footage from Trump rally as suspected gun shots fired pic.twitter.com/JZMHnabQiW
— The Spectator Index (@spectatorindex) July 13, 2024
Os barulhos de tiros puderam ser ouvidos até mesmo durante a transmissão ao vivo do evento. Trump chegou a interromper o discurso e, rapidamente, buscou se proteger se abaixando atrás do púlpito, levando as mãos ao rosto.
O republicano se levantou após alguns momentos com a mão na orelha direita, que sangrava. Ele foi cercado pelos agentes escoltado para um carro.
Após o ocorrido, o ex-presidente foi examinado e está bem, segundo o porta-voz, que não entrou em detalhes.
O atirador e um espectador morreram e duas pessoas ficaram gravemente feridas.
O presidente democrata Joe Biden, que enfrentará Trump em uma eleição altamente polarizada, afirmou que “não há lugar nos Estados Unidos para este tipo de violência”. Os dois conversaram depois, segundo a Casa Branca.
Em imagens que não puderam ser verificadas, o corpo do suposto agressor é visto caído no telhado inclinado de um prédio baixo de onde foram disparados os tiros. Acredita-se que o homem tenha agido sozinho.
O agente especial do FBI Kevin Rojek afirmou que Trump foi vítima de uma “tentativa de assassinato”.
Orelha perfurada e sem sapatos
“Fui baleado com uma bala que perfurou a parte superior da minha orelha direita”, disse Trump logo após o atentado.
Trump, de 78 anos, acabava de começar seu discurso com uma de suas habituais críticas sobre a entrada massiva de migrantes no país, da qual culpa o presidente democrata, Joe Biden.
Enquanto falava, ouviram-se tiros, ele levou a mão à orelha e se jogou no chão atrás do púlpito. Depois de alguns instantes, Donald Trump se levantou, despenteado e sem seu boné vermelho, cercado pelos agentes. “Deixem-me pegar meus sapatos”, foi ouvido dizendo.
Ele se virou para a multidão e ergueu repetidamente o punho, além de proferir palavras inaudíveis, em uma imagem que agora se tornou icônica.
Atirador
O Serviço Secreto dos Estados Unidos informou em comunicado que o suposto agressor “disparou vários tiros em direção ao palco a partir de uma posição elevada fora do comício” antes de ser “neutralizado” pelos agentes.
O FBI afirmou neste domingo, 14, ter identificado o autor do disparo que feriu o ex-presidente Donald Trump durante um comício. Ele foi descrito como um homem branco, de 20 anos, originário da Pensilvânia. O autor do disparo foi morto.
Trata-se de Thomas Mattew Crooks, morador de Bethel Park, distrito a cerca de 70 quilômetros do local do atentado.
Ainda não se sabe quais seriam as motivações do suposto atirador e se ele era o que é conhecido como “lobo solitário” ou tinha um cúmplice.
Em uma entrevista coletiva do FBI, foi pedida ajuda dos moradores para coletar dados sobre o caso.
Pânico
Os tiros provocaram uma onda de pânico entre os apoiadores de Trump reunidos na área. Várias testemunhas disseram que chamaram a polícia quando viram o homem antes do tiroteio.
As forças de segurança de Butler reconheceram ter respondido a uma série de relatos de “atividades suspeitas”, mas não forneceram detalhes.
“Vimos muitas pessoas caírem, pareciam confusas. Ouvi os tiros”, disse John Yeykal, de Franklin, que participava de seu primeiro comício de Trump.
Políticos americanos, incluindo os ex-presidentes Barack Obama e Bill Clinton, fizeram fila para condenar o ataque e dizer que não havia lugar para a violência na política.
A Rússia aproveitou a oportunidade, ao contrário, para instar os Estados Unidos a fazerem um balanço das suas “políticas de incitação ao ódio contra adversários políticos, países e povos” e denunciar o apoio de Washington à Ucrânia.
Os Estados Unidos têm um histórico de violência política e os presidentes, ex-presidentes e candidatos têm medidas de segurança rigorosas.
O presidente John F. Kennedy foi assassinado em 1963 e seu irmão Bobby Kennedy foi baleado e morto em 1968.
O presidente Ronald Reagan sobreviveu a uma tentativa de assassinato em 1981.
*Com informações de AFP e Reuters